terça-feira, 17 de junho de 2008

Phnom Penh

Em Maio estive no Cambodja na Cimeira ASEAN-EU que se realizou na capital Phnom Pehn e embora não tenha tido tempo para visitar a cidade, o que prometi a mim mesmo fazer assim que puder, tive oportunidade para um primeiro olhar sobre a capital do "novo" Cambodja.

Refiro "novo" visto este país estar empenhado em se auto reconstruir depois da devastação que foi o genocídio perpretado pelos Khmer Vermelhos de Pol Pot que só terminou na década de 90.

Já tinha visitado no Cambodja a cidade de Siem Reap, onde fica o templo de Angkor , um dos monumentos candidato ás novas 7 Maravilhas o ano passado e que talvez merecesse ter sido uma delas, e outros quatros templos Khmer, um do século X e os outros do século XI que são no conjunto Património da Humanidade protegido pela UNESCO.

Siem Reap é a principal atracção turística no Cambodja e portanto mais rica, sendo, por isso, um pouco diferente do que vi em Phnom Pehn.

A capital é em primeiro lugar uma cidade onde é perfeitamente visível a pobreza, ainda, existente no país. Por todo o lado se nota pessoas sem-abrigo, sujos, desleixados e a pedir. No único tempo livre que tive, dei um passeio a pé, em redor do Hotel, passando pelo Mercado local onde não apetece comprar nada tal a visível porcaria. Grande contraste com os mercados em Bangkok.



Outro dos aspectos que salta á primeira vista é o caótico trânsito na cidade. Existem motos por todo o lado e o respeito por faixas de circulação, sentidos ou regras é inexistente. Para aqueles que acham que o trânsito em Bangkok é muito mau, aconselho passarem 10 minutos em Phnom Pehn.


As motos, penso que mesmo assim em número inferior a Saigao, são uma verdadeira praga, mas outra intrigante praga é o numero incontável de Lexus que existem nesta cidade. Como todos sabemos um Lexus nunca é barato o que atesta um pouco sobre a ética da classe dirigente aqui visto que não acredito que sejam os comuns do habitantes quem têm um Lexus e ainda por cima todos com muito bom aspecto e ar de serem novos.

Tudo a rever.

Existe contudo algo que deve ser considerado bastante positivo que é a existência dos Memorial sobre o genocídio através do museu Tuol Sleng e os campos de exterminação de Choeng Ek.

A vontade de usar o passado como ponte de união do novo Cambodja e a coragem, após tão pouco tempo de o mostrar em público só abonam a favor da determinação em construir um país orgulhoso do sua muito rica história, esperançoso no seu futuro mas que não esquece nem teme o passado recente.


2 comentários:

António Rebordão disse...

Não há dúvidas de que o parque histórico de Angkor, as paisagens, as cores, o rio Mekong e outras partes do Cambodja são inesquecíveis.

É igualmente inesquecível a herança deixada pelos Khmer Vermelhos num pais que, em tempos idos, influenciou todo o Sudeste Asiático com a riqueza da sua cultura. Demorará muitos anos até que esse passado negro se diluia.

A gritante pobreza do Cambodja pode chocar-nos. O mesmo se pode dizer dos anúncios apelando à devolução de armas e outras coisas a que nós, ocidentais, não estamos habituados. Mas o que mais impressiona é a grande assimetria entre ricos e pobres e o pouco que algumas pessoas têm.

Cumprimentos e obrigado pela partilha,

António Rebordão

Unknown disse...

O Cambodja é na realidade um país fascinante, como aliás os seus vizinhos Tailandia e Lao, Aparte as gritantes diferencas na populacao, a vontade, vista e sentida,posta no objectivo da reconstrucao do país torna o ainda mais "apetecivel"