segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Orçamento e as Receitas Fiscais


Ontem o Ministro das Finanças anunciou a necessidade urgente da Tailândia recorrer ao Asian Development Bank, ao Banco Mundial e ao Japan Internacional Cooperation Agency o braço financeiro da cooperação japonesa visto as reservas do Ministério terem descido a um nível que só permitirá pagar salários À função pública durante dois meses

As receitas fiscais têm vindo a descer significativamente e o governo e o problema do fundo de maneio torna-se complicado.

Para além desse facto seu "dinheiro no cofre" não pode haver lugar às políticas populistas inicialmente anunciadas pelo PM o que pode por em causa a estabilidade da sua coligação.

Percebendo isso mesmo o PM quando esta manhã aterrou, vindo de Davos onde tomou parte no World Economic Forum, referiu que o país ainda tem largas reservas em ouro e divisas e que recorrer a empréstimos no estrangeiro tem de ser avaliado depois de um estudo mais pormenorizado da situação e da tendência que a receita fiscal mostrar.

Os analistas estão pouco confiantes sobre as políticas levadas a cabo pelo governo e não compreendem como é que ainda não foram tomadas medidas capazes de assegurar que os bancos se sintam confiantes em injectar dinheiro no mercado e como é que não foi até agora apresentado nenhum programa de longo prazo sobre a urgente necessidade de criar emprego duradouro.

O Ministro Korn , já disse outro dia que o seu trabalho é fazer com que a economia continue e não desfaleça sem capacidade de recuperação.

Não é previsível que a economia por si só melhore nos próximos tempos e por isso torna-se necessário apresentar medidas defensivas no que respeita à despesa, e não tentar seguir caminhos de esbanjar dinheiro como fazia Thaksin, e politicas construtivas quanto a criação de riqueza e consequente receita futura.

Há quem fale em que o governo deveria cortar o número de funcionários governamentais em 50% criando condições para que os excedentários pudessem iniciar novos pequenas empresas familiares capazes de assegurar a sua sobrevivência. Um dos graves problemas é o enorme número de pessoas nos activos militares, forças armadas e polícia, e sabe-se quão sensível são estas corporações a qualquer mudança que afecte o seu estatuto.

Os bancos estão com os cofres cheios mas têm relutância em emprestar dinheiro com medo de virem no futuro a entrar na lama do crédito-mal-parado. falta, como tem acontecido um pouco por todo o mundo uma garantia dada pelo estado sobre os empréstimos de modo a espevitar o mercado.

A moeda tailandesa que flutua com um peg ao dolar americano tem de reanalisar o seu posicionamento de forma a não tornar ainda mais difícil a vida para os exportadores devido à constante apreciação do bath. Desde o início do ano a moeda já se apreciou face ao Euro quase que em 5%.

Por fim é urgente desenvolver o programa de energias alternativas visto a factura energética ter demasiados custos para o país. A Tailândia tem enormes capacidades de aumentar a sua já grande área de exploração de óleo de palma mas isso tem de ser feito com um programa ordenado e para o benefício do país e não só de alguns.

Entretanto em Davos o PM Abhsit falou da, já premiada internacionalmente, política económica elaborada pelo Rei Rama IX, Sufficency Economy, como forma de ajudar a combater a crise económica mundial. É de facto, de um ponto de vista, simplístico, uma política que se bem aplicada traz frutos mas ela só pode ser aplicada numa economia sã e não hoje em dia em que existem tantos e tão diversos factores internos e induzidos a condicionar as escolhas nos caminhos para a solução para uma crise transversal ao mundo.

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