Manhã em Bagan
Infelizmente a rádio oficial em Burma anunciou já a existência de 22.000 mortos. Quando esse numero e anunciado pela rádio oficial de um regime que tudo esconde e onde não existe transparência alguma, fica nos sempre a sensação de que esse numero poderá ser o dobro ou mesmo ainda pior.
Para além disso mais de um milhão de pessoas está deslocada, sem abrigo, sanitação comida ou apoio médico.
Apesar das difíceis relações que o mundo em geral tem com a ditadura Birmanesa, a ajuda foi de imediato desencadeada pela comunidade internacional nomeadamente como referi ontem a EU, como o principal doador, a Tailândia, Singapura, Japão, Korea, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.
Mais uma vez se estranha, ou talvez não, o silêncio da China e também da Índia países, que não só fazem fronteira com Burma, como são dos mais importantes suportes do regime.
Cinco estados, principalmente no delta do Yrrawaddy, estão completamente devastados e praticamente foram apagados do mapa pelo ciclone e pela maré que se seguiu.
As imagens captadas de satélites mostram que cerca de 5% do país ficou completamente arrasado pelo temporal. Esta zona é também onde se encontra a principal parte da produção de arroz em Burma, tendo os arrozais desaparecido por completo.
Um dos aspectos a realçar neste contexto é o facto de a ASEAN ( a Associação dos Estados do Sudoeste Asiático ) de que Burma faz parte, ter mostrado mais uma vez a dificuldade que ainda tem em funcionar como um bloco ao contrario da União Europeia. A ASEAN, já com cerca de 42 anos ainda está longe de conseguir funcionar como um bloco e poder responder com satisfação ás necessidades dos seus estados membros.
Este ano já participei em dois encontros, do sector militar da ASEAN, onde o tema principal era precisamente a cooperação nas acções de emergência na região.
Estão numa fase de criar mecanismos de funcionamento bem necessários numa zona do globo onde os desastres naturais acontecem com alguma frequência ( tsunami de 2004, terramotos na Indonésia e Filipinas, tufões nas Filipinas, fogos florestais intensos na Indonésia, etc ).
O que infelizmente tem de ser acrescentado é que a Junta que controla ( queria dizer governa mas acho que isso é trair o povo de Burma ) o país, nao atende ao pedido da comunidade internacional para simplificar o sistema de vistos e a ajuda, impedida de avançar pela burocracia, como seria de desejar, está disponivel mas não chega ás populações carenciadas. Em simultaneo os jornalistas estrangeiros são impedidos de cobrir o acontecido e já foi expulsou um jornalista da BBC.
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