terça-feira, 22 de março de 2011

Autoridade

O Chefe do Estado-maior do Exército e o Ministro da Defesa anunciaram hoje que se recusavam a participar na reunião bilateral com o Camboja relativa às questões fronteiriças que terá lugar no início de Abril em Jacarta.

Na sequência dos conflitos fronteiriços de há cerca de um mês entre os dois países e da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 22 de Fevereiro os Ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEAN reuniram-se em Jacarta, sob os auspícios da Indonésia, actual Presidente da ASEAN, onde decidiram que a Indonésia enviaria uma missão de observadores para a fronteira entre os dois países e organizaria as reuniões da Comissão de Demarcação da Fronteira, reunião essa que foi então aprazada para o início de Abril como refiro acima.

Na sequência daquela reunião de Jacarta foram enviados a cada país os termos da missão de observadores e a convocação para a reunião.

No que respeita aos observadores o Camboja anuiu de imediato com a proposta Indonésia mas o MNE da Tailândia enviou o documento para análise das estruturas militares de onde ainda não saiu decisão, embora o General Prayuth já tenha feitio saber que não está de acordo com a presença dos observadores e mesmo recusou uma proposta cambojana para a constituição de patrulhas conjuntas (tailandeses e cambojanos) acompanhadas dos observadores indonésios.

O General afirma que as forças armadas dos dois países têm muito boas relações e portanto todas as questões deverão ser tratadas entre eles "sem nenhum intervenção externa".

Compreende-se o que o General diz mas o que está em questão é a credibilidade do país no contexto internacional. O país através do seu qualificado representante acordou uma matéria num fórum internacional que vem mais tarde a ser colocada em causa pela estrutura militar.

Difícil de entender isto um dia após o PM Abhisit ter afirmado na sua anual presença no Clube dos Correspondentes Estrangeiros, que presenciei, e respondendo a uma pergunta de uma jornalista australiana sob a capacidade do seu governo implementar o programa que se propõem quando segundo ela há forças que parecem interessadas no seu bloqueio, que o seu governo é o único legítimo representante dos interesses da nação tailandesa.

Sem comentários: