Três e quatro meses são passados sobre os incidentes de Maio e Abril onde morreram 91 pessoas e ficaram feridas mais de 1.800, alguns ainda hospitalizados, e o Departamento de Investigação Especial da Polícia (DSI) apresentou ontem o primeiro relatório sobre as autópsias, ou seja disse nada.
Passado este tempo e todo o trabalho feito (?) a conclusão é a que não se sabe nada sobre como é que as pessoas morreram.
Segundo alguns jornais há evidências sobre trajectórias de balas e outros factos causadores das mortes mas a Polícia entende não divulgar e diz necessitar de prosseguir a investigação. O Subchefe do DSI, Coronel de Polícia Narat Savetnant, disse que nem todas as peças necessárias estavam reunidas para se poder fazer qualquer afirmação segura adiantando contudo que ""nem todas as 91 vítimas foram mortas por actos das forças de segurança (sic)". O referido Coronel disse que as investigações deverão estar concluídas no espaço de um ano e que as dos dois estrangeiros, jornalistas Japonês e Italiano, que pereceram nos incidentes tinha prioridade "devido ás constantes pressões postas pelos governos destes dois países".
O Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, de visita oficial a Bangkok, colocou ontem uma coroa de flores no local onde faleceu Hiro Muramoto, e expressou a sua preocupação pelo acontecido nas reuniões com Abhisit e com Kasit esperando explicações em breve.
A comissão criada pelo governo para investigar os incidentes de Abril/Maio, onde se inclui as mortes e sua origem como prometeu o PM Abihisit, presidida por Kanit na Nakhorn, disse que espera ter o seu trabalho terminado em Janeiro do próximo ano o que de alguma forma não está em consonância com o afirmado pelo DSI.
Vários analistas lamentam que a Polícia não seja mais explícita e célere a informar as famílias das vítimas que clamam por explicações há meses.
Mais uma vez as investigações policiais a nada conduzem. Nunca ninguém é apresentado perante a justiça, a não ser os líderes da UDD que continuam presos sem contudo terem ainda sido formalmente acusados. A permanência do Estado de Emergência em Bangkok tal permite e portanto os detidos continuarão a ser mantidos nesse limbo judicial.
A enorme maíoria de casos, políticos ou não, estes quando envolvem forças importantes, acabam sempre no esquecimento e sem ninguém cumprir um dia sequer de pena.
Atente-se só numa infima amostra de casos em que a investigação nada conseguiu encontrar ou a justiça não conseguiu levar por diante: Takbai (78 muçulmanos empilhados num camião militar para serem transferidos de um local para outro que acabaram por morrer asfixiados); Somchai Nepalaichit (advogado muçulmano que foi visto ser feito refém pela Polícia e que desapareceu e nunca mais se soube do paradeiro); Santika (incêndio num clube nocturno que operava completamente de forma totalmente ilegal e onde morreram cerca de 80 pessoas); Pojama na Pombejra (ex mulher de Thaksin condenada a três anos de cadeia por fuga aos impostos que vive confortávelmente a coberto de um apelo que nunca será julgado); Liderança do PAD (ocupação da Government House durante 192 dias e dos aeroportos da capital durante 10 dias causando milhões de milhões de bath de prejuízo ao país), etc, etc, etc.
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