Após ter sido “despachado” para a China naquilo que foi anunciado como um período de férias, o General Patcharawat Wongsuwan, regressou no passado Domingo e ontem mesmo reassumiu o seu posto de Comandaste Nacional da Polícia. O Genaral afirmou que regressava devido ás notícias sobre o mau tempo na China e devido ao facto de ter de preparar as suas forças para o aniversário da Rainha afirmando que os seus subordinados continuariam a viagem de trabalho.
Afinal a viagem era oficial, a desculpa agarrada à família real é a sempre utilizada, mesmo sabendo-se que não se prepara eventos destes em dois dias, Segunda e Terça, e o mau tempo não afectou Pequim e pelos vistos tal não é preocupação no que respeita aos seus subordinados.
No próprio Domingo, Patcharawat, enviou uma mensagem ao PM Abhisit anunciando o seu retorno e também informou todos os seus subordinados do facto para que ficasse claro que estava de regresso.
A sua abrupta partida, foi antecedida de várias afirmações públicas quer por Abhisit quer pelo seu número dois, Suthep, sempre contraditórias, tendo mesmo chegado a ser atribuídas a Abhisit a declaração de que o lento andamento da investigação sobre a tentativa de assassinato de Sondhi L. era uma das razões para a necessidade de Patcharawat ter um tempo de descanso. Outra das questões que era aflorada era a lista, que todos os anos é elaborada, nesta altura do ano, das movimentações nos comandos da corporação, que não seria do agrado do Primeiro Ministro. Na realidade Abhisit, na sua habitual comunicação via televisão aos Domingos disse que havia nomes nessa lista que não lhe pareciam adequados, e mais não disse visto a Constituição ser clara em proibir todos os titulares de cargos políticos de interferir nessa movimentação sob pena de perca de mandado.
Abhisit entretanto nomeou um Comandante interino que acaba por exercer esse posto somente dois dias. Também essa nomeação foi controversa visto o número dois na corporação, ex cunhado de Thaksin e que já por 22 vezes exerceu essa posição nas ausências de Patcharawat, se queixou de ter sido afastado por motivos políticos. Há que referir que Priewpan, o General em questão, subiu na carreira de forma irregular devido ao facto de ter sido fortemente privilegiado nas suas rápidas promoções pelo seu ex cunhado quando este estava no poder.
Abhisit, “comprou” assim uma guerra para a qual parece ter ido sem armas adequadas pois está neste momento em confronto com todos os detentores do verdadeiro arsenal bélico.
Patcharawat, Prawit e Anupong
Prawit, o Ministro da Defesa e irmão de Patcharawat, e como já referi, homem forte do grupo que mais manobra na sombra, há bastante tempo que não toma parte em nenhuma actividade do governo a que pertence. Não esteve presente em nenhum dos últimos Conselhos de Ministros nem na apresentação das actividades dos primeiros 6 meses no poder feita há 4 dias por Abhisit com toda a pompa e presença dos seus Ministros. Já não foge a ninguém o distanciamento entre Prawit e Abhisit e correm rumores de que este, Patcharawat e o próprio Anupong poderiam demitir-se abrindo um grave crise no seio das forças armadas.
Entretanto Prawit faz hoje 64 anos e são esperados na sua residência todos os pesos pesados militares e da polícia e por certo Patcharawat não deixará de ser o principal tema para conversa.
Abhisit, tropeçando mais uma vez, anunciou que Patcharawat seria enviado numa missão para o Sul da Tailândia, sem especificar qual, logo após as celebrações do aniversário de SM a Rainha Sirikit, que se comemora amanhã, e que voltaria a ser nomeado o mesmo Comandante interino, uma afirmação que já levantou inúmeras vozes de espanto pois Patcharawat é o Comandante nacional e sendo o Sul parte da Tailândia como pode haver dois comandantes nacionais da mesma força em simultâneo.
Porventura não será estranho a esta sucessão de casos “mal contados” à imprensa o facto de que o porta-voz do Primeiro Ministro acabe de ser substituído. Panitan, que vinha exercendo esse cargo vai ser substituído pelo antigo governador de Bangkok e adjunto do PM, Apirak Kosayodhin. Apirak teve de se demitir de governador devido a ter sido constituído arguido num caso de corrupção, que também envolve o ex PM e ex governador de Bangkok, Samak, devido à compra de carros para os bombeiros da capital.
Resta referir que no que respeita a tentativa de assassinato de Sondhi L. foi emitido um mandado de captura contra um sargento do exército. Há contudo quem afirme que estarão envolvidos quatro generais do exército e um alto comando da polícia, mas sabe-se que nas redes acaba por vir sempre peixe míudo.
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