segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O General

Anupong recebendo o testemunho de Sondhi


Todos os anos em Setembro são feitas as mudanças nos comandos das forças militares e da Polícia. Nesta última, como se sabe, a devida transição ainda está por acontecer por causa da luta travada entre poderosas forças na superstrutura ás quais Abhisit não consegue dar uma resposta.

Assim no próximo dia 30 de Setembro de 2010 o General Anupong Paochinda, comandante do exército, cessará funções devido ao facto de atingir o limite de idade ou seja fazer 60 anos no decorrer do próximo ano.

Anupong durante o ano de 2008 foi um dos principais intervenientes da vida política aparecendo quase que diariamente nos meios de comunicação social por tudo e por nada. Era sempre a opinião dele que contava e por centenas de vezes veio dizer que os militares não fariam um golpe de estado. Curiosamente ele próprio tentou um golpe de estado sui-generis quando em finais de Outubro de 2008 apareceu no canal de televisão controlado pelos militares, numa espécie de conferencia de imprensa, acompanhado de todos os outros altos comandos militares e militarizados, e afirmou que o primeiro-ministro, Somchai Wongsawat se deveria demitir.

Durante quase todo o ano de 2009 Anupong manteve-se muito mais contido aparecendo poucas vezes nos media e fazendo poucas afirmações. Fontes próximas do General dizem que ele tem tentado manter-se afastado dos grupos políticos rivais e mesmo das forças políticas ou de poder que puxam os diversos cordéis na sociedade, mantendo-se confinado a gerir as forças armadas e a preparar a sua sucessão. As nomeações que fez para os diversos comandos durante o ano de 2009 são disso um sinal.

Preparar a sucessão significa também preparar o futuro. Anupong faz 60 anos o que lhe deixa ainda muita energia disponível para aventuras que queira prosseguir após o dia 1 de Outubro próximo.

Vem isto a propósito de afirmações suas referentes ao ano 2010 vindas hoje a público.

Para além de pela enésima vez ter dito que não haverá um golpe de estado em 2010, vem fazer um conjunto de afirmações de carácter político que prenunciam algo daquilo que deverá estar a tactear para o seu futuro.

Assim refere o General: “ É o dever de todos os tailandeses salvaguardar a pátria e ninguém deverá permitir que o combate político fuja aos princípios democráticos”. “Os campos opostos, distinguidos por diferentes cores, devem suspender a sua luta e deixar o processo político decorrer em normalidade”. “ Planos em qualquer dos campos para aniquilar o outro só leva ao aniquilamento da nação”. “Estou confiante que a maioria dos tailandeses é capaz de entender estas questões. O país é como um barco onde todos navegamos e nada se ganha, nem a Democracia, se o barco se afundar”

Estas afirmações vindas de um militar, que tem estado a preparar a sua passagem à reforma e tem estado calado, só podem trazer “água no bico” e serem o prenúncio da entrada de Anupong Paochinda na vida política depois de reformado aliás como já fez o seu antecessor e líder do golpe de estado de 2006, Sonthi Boonyaratglin, que é agora o Presidente do partido Matuphum.

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