Thaksin Shinawatra chegou esta manhã, pelas 9.45 locais a Phnom Penh.
Nada de anormal visto ter sido nomeado há dias para assessor económico do Governo do Camboja. Como bom funcionário apresenta-se ao trabalho.
Desde o momento do anúncio por Hun Sem de que iria proceder à nomeação do seu amigo afirmando mais que não o extraditaria para a Tailândia, que a tensão entre os dois países voltou a subir, como já relatei.
No meio dessa escalada Abhisit está a jogar, com sucesso, a carta nacionalista. Começou por apelar a Thaksin para que olhasse para os interesses do seu país, para mais tarde o vir a acusar de traidor entre outros adjectivos. A discussão desceu a níveis tão baixos que o porta-voz do PM,Thepthai Senapong, declarou que Thaksin e a família deveriam ser decapitados! O facto é que Abhisit subiu nas sondagens e agora lidera com confortável margem à frente do fugitivo ex PM.
Assim, como diz hoje o Thai Rath, um jornal de língua tailandesa independente, o povo esquece que o governo actual não resolveu nenhum dos problemas no sector económico, começa a estar manchado por váriados casos de corrupção e nepotismo para além de governar à sombra de um sistema judicial que o protege. Hoje mesmo foi adiada, pela enésima vez, a decisão sobre o financiamento ilegal do Partido Democrata que a ser provada levará (mas tal nunca acontecerá) à dissolução do Partido. Recorde-se também que está quase a fazer 1 ano que o PAD, o pricipal suporte actual de Abhisit, ocupou os aeroportos da capital com os prejuízos de milhões de milhões de bath, mais do que o a totalidade do actual estímulo para a economia, segundo o Banco Central, e ninguém foi presente perante a justiça.
Para agravar as questões Thaksin concedeu uma entrevista ao Times onde faz comentários sobre a monarquia, e se bem que eles em si nada de especial representem, foi mais um prego no caixão que o espera. Todo o tipo de acusações estão a ser feitas o que o obrigou a vir acusar o jornal britânico de distorcer a verdade.
Uma nota interessante para ver como o sistema na Tailândia funciona sempre a favor do vento que sopra. Há dias foram constituídos arguidas algumas pessoas por terem reproduzido uma notícia da Bloomberg sobre a saúde do Rei. Hoje quando, inclusive membros do Governo o fazem, isso já não é uma ofensa passível de procedimento criminal. A já cansada prática dos dois pesos e duas medidas do sistema judicial.
Voltando a Thaksin, o ex PM não consegue parar para reflectir e preparar uma estratégia que seja favorável à sua causa. Thaksin quer voltar ao país, voltar ao poder. Argumenta que é um perseguido político que a condenação de que foi alvo foi politicamente motivada (o que é evidente) mas jogar o papel do separatismo em nada ajuda a sua causa.
Thaksin é conhecido por não ouvir ninguém. Só ele é que sabe, só ele é que tem a verdade. Nem mesmo no tempo em que esteve casado, e com uma mulher poderosa e inteligente, não lhe dava espaço para ouvir um conselho dela ao ponto de ela se ter cansado de seguir um homem sem rumo e sem estratégia.
O seu objectivo é ganhar o coração dos seus concidadãos, dos quais uma vasta percentagem ainda lhe presta grande vassalagem, mas não consegue largar o seu antigo hábito de ver todos os outros como os seus empregados.
Thaksin teve grande mérito em muitas questões na política tailandesa ao ponto de o presente governo replicar, passo a passo, linha a linha, muitos dos projectos que ele lançou ou mesmo alguns que estavam na gaveta ao tempo em que foi corrido pelo golpe de estado de 2006.
Um dos grandes problemas de Thaksin foi a sua atitude para com todos aqueles que eram seus “compagnons de route”, como o seu, actual, archi-inimigo, Sondhi L. Para Thaksin todos passaram de seus parceiros a seus empregados como o patrão que tudo tem e depois distribui os lucros do negócio, como e a quem quer, utilizando tal como uma forma de ir comprando serventias casuais.
Nada de anormal visto ter sido nomeado há dias para assessor económico do Governo do Camboja. Como bom funcionário apresenta-se ao trabalho.
Desde o momento do anúncio por Hun Sem de que iria proceder à nomeação do seu amigo afirmando mais que não o extraditaria para a Tailândia, que a tensão entre os dois países voltou a subir, como já relatei.
No meio dessa escalada Abhisit está a jogar, com sucesso, a carta nacionalista. Começou por apelar a Thaksin para que olhasse para os interesses do seu país, para mais tarde o vir a acusar de traidor entre outros adjectivos. A discussão desceu a níveis tão baixos que o porta-voz do PM,Thepthai Senapong, declarou que Thaksin e a família deveriam ser decapitados! O facto é que Abhisit subiu nas sondagens e agora lidera com confortável margem à frente do fugitivo ex PM.
Assim, como diz hoje o Thai Rath, um jornal de língua tailandesa independente, o povo esquece que o governo actual não resolveu nenhum dos problemas no sector económico, começa a estar manchado por váriados casos de corrupção e nepotismo para além de governar à sombra de um sistema judicial que o protege. Hoje mesmo foi adiada, pela enésima vez, a decisão sobre o financiamento ilegal do Partido Democrata que a ser provada levará (mas tal nunca acontecerá) à dissolução do Partido. Recorde-se também que está quase a fazer 1 ano que o PAD, o pricipal suporte actual de Abhisit, ocupou os aeroportos da capital com os prejuízos de milhões de milhões de bath, mais do que o a totalidade do actual estímulo para a economia, segundo o Banco Central, e ninguém foi presente perante a justiça.
Para agravar as questões Thaksin concedeu uma entrevista ao Times onde faz comentários sobre a monarquia, e se bem que eles em si nada de especial representem, foi mais um prego no caixão que o espera. Todo o tipo de acusações estão a ser feitas o que o obrigou a vir acusar o jornal britânico de distorcer a verdade.
Uma nota interessante para ver como o sistema na Tailândia funciona sempre a favor do vento que sopra. Há dias foram constituídos arguidas algumas pessoas por terem reproduzido uma notícia da Bloomberg sobre a saúde do Rei. Hoje quando, inclusive membros do Governo o fazem, isso já não é uma ofensa passível de procedimento criminal. A já cansada prática dos dois pesos e duas medidas do sistema judicial.
Voltando a Thaksin, o ex PM não consegue parar para reflectir e preparar uma estratégia que seja favorável à sua causa. Thaksin quer voltar ao país, voltar ao poder. Argumenta que é um perseguido político que a condenação de que foi alvo foi politicamente motivada (o que é evidente) mas jogar o papel do separatismo em nada ajuda a sua causa.
Thaksin é conhecido por não ouvir ninguém. Só ele é que sabe, só ele é que tem a verdade. Nem mesmo no tempo em que esteve casado, e com uma mulher poderosa e inteligente, não lhe dava espaço para ouvir um conselho dela ao ponto de ela se ter cansado de seguir um homem sem rumo e sem estratégia.
O seu objectivo é ganhar o coração dos seus concidadãos, dos quais uma vasta percentagem ainda lhe presta grande vassalagem, mas não consegue largar o seu antigo hábito de ver todos os outros como os seus empregados.
Thaksin teve grande mérito em muitas questões na política tailandesa ao ponto de o presente governo replicar, passo a passo, linha a linha, muitos dos projectos que ele lançou ou mesmo alguns que estavam na gaveta ao tempo em que foi corrido pelo golpe de estado de 2006.
Um dos grandes problemas de Thaksin foi a sua atitude para com todos aqueles que eram seus “compagnons de route”, como o seu, actual, archi-inimigo, Sondhi L. Para Thaksin todos passaram de seus parceiros a seus empregados como o patrão que tudo tem e depois distribui os lucros do negócio, como e a quem quer, utilizando tal como uma forma de ir comprando serventias casuais.
Mais uma vez nesta guerra que ajudou a acender com o seu país e que Abhisit, fortemente pressionado pelo PAD, está a inflamar ao contrário do que seria desejável, Thaksin não conseguiu trabalhar nos ganhos iniciais que teve, aproveitar a precipitação do governo de Bangkok, e jogar ele a cartada do “pai do povo” como ele tão bem soube jogar no passado.
Um cão acossado é sempre mais perigoso do que um cão que tem espaço e capacidade para “pensar” e isso é o que se está a passar actualmente com Thaksin.
Deitou a perder o momento que criou e está envolvido numa guerra da qual dificilmente vai sair vencedor. Talvez lhe reste a possibilidade de renunciar à cidadania tailandesa e obter o passaporte, mais um, Cambojano.
Um cão acossado é sempre mais perigoso do que um cão que tem espaço e capacidade para “pensar” e isso é o que se está a passar actualmente com Thaksin.
Deitou a perder o momento que criou e está envolvido numa guerra da qual dificilmente vai sair vencedor. Talvez lhe reste a possibilidade de renunciar à cidadania tailandesa e obter o passaporte, mais um, Cambojano.
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