quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Bangkok


De volta a esta metrópole e à calma aparente de uma cidade cheia de vida.

As actividades políticas lá vão tomando o seu rumo ou rumo nenhum que é o que parece acontecer.

O PAD lá continua aquartelado na Government House, o PM no velho aeroporto e o tempo tem sido para homenagear aqueles que morreram nos acontecimentos de 7 de Outubro do lado do PAD. Sobre o sargento que foi trespassado pelos estiletes dos manifestantes nem palavra.

A Rainha, presidiu à cremação da uma jovem que faleceu nos confrontos e disse que Angkana, assim se chamava, "morreu lutando pela monarquia". Ontem foi a cremação do líder da Guarda do PAD, ele próprio um oficial da Polícia aposentado. As cerimónias foram desta vez presididas pelo antigo PM Anand, um independente que, coincidência ou não foi primeiro Ministro após os acontecimentos sangrentos de 1992, uma homem que nunca se tinha manifestado em favor de nenhum dos lados e que desta vez esteve ao lado do PAD e disse que só Thaksin poderia resolver a crise existente na Tailândia. Não o referiu como, mas dsse que o ex-Primeiro era um homem inteligente e saberia como actuar.

No funeral da jovem Angkana participou também o CEME Gen. Anupong Poachinda, aquilo que é considerado pelos "mentideros" da política como um golpe de estado silencioso.

Este alinhamento junto do PAD de tais figuras pouco augura quanto ao futuro do Governo, já de si ameaçado por tantas frentes judiciais.

Nos próximos dias serão ouvidas sentenças de vários casos contra este Governo e alguns deles poderão levar á queda de Somchai e resto do gabinete, como aconteceu a Samak, por uma causa de "lana caprina".

Entretanto devido a estas cerimónias fúnebres existe uma trégua, somente interrompida pelo reanimar dos confontros entre tropas na fronteira com o Cambodja.

PM Hun Sen veio declarar que se as tropas tailandesas não retirassem da zona territorial em disputa que tinham ocupada, segundo as suas palavras, que o Cambodja atacaria para defesa do seu território e deu um prazo, já extinto para que tal acontecesse.

Do lado Tailandês

Do lado tailandês a surpresa foi grande visto a declaração ter surgido ao mesmo tempo em que decorriam conversações entre os dois MNE levando o Secretário-Geral do MNE tailandês a afirmar que o Ministro se sentia apunhalado pelas costas.

O tailandeses afirmam que não ocuparam nenhuma área para além daquela que normalmente patrulham e acusam os cambojanos de colocarem minas anti-pessoais numa clara violação da Convenção de Otava.

Entretanto o PM tailandês reafirmou a intenção das tropas não saírem de onde estão e disse que se fossem atacadas retaliariam de imediato em defesa da soberania. Correm comentários de que tudo tinha sido orquestrado por Thaksin e o "seu grande amigo" Hun Sen, para dar uma ajuda ao governo do seu cunhado, desviando as atenções dos assuntos internos e dando uma oportunidade de mostrar, em relação a este conflito, uma das armas do PAD, uma postura nacionalista e destruidora das teorias de traição que são avançadas pelos opositores. É uma teoria um pouco complexa mas tudo é possível.

Do lado Cambodjano

Entretanto hoje, mais uma vez, foram ouvidos tiros na zona e um General Cambojano afirmou à AFP que as tropas estão disparando umas sobre as outras. Entretanto o General Anupong afirmou ás tropas tailandesas para estarem prontas para responder se fossem atacadas. Neste momento confirmam-se alguns feridos nas tropas tailandesas e um morto do lado do Cambodja.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu uma nota onde se recomenda aos nacionais tailandeses que abandonem o Cambodja e meios estão a ser preparados para essa eventualidade.

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