Embora a cerca de 4.900 quilómetros de distância em Bangkok "sentiu-se" bastante o drama que se vive neste momento no Japão.
Não me quero alargar muito sobre tamanha tragédia já bem conhecida de todos.
Estava a almoçar na Sexta quando recebi (seria 12.50 hora de Bangkok) uma mensagem através de um serviço de alertas sobre o que se tinha passado na costa Leste do Japão. As notícias correm tão rápidas como a devastação daquela massa disforme de água que tudo levou na sua fúria.
Ao princípio falava-se de uma pequena zona e de umas dezenas de fatalidades. Fez-me lembrar semelhante caso em 26 de Dezembro de 2004, aqui bem perto, quando as primeiras notícias que recebi falavam em algumas zonas destruídas em Phuket e em cerca de 200 mortos. Como infelizmente se sabe acabou por se estender a uma muito vasta área no oceano Indico e o número de mortos só parou próximo dos 300.000.
A tragédia japonesa tem dimensões ainda difíceis de se contabilizar. Em números de pessoas que perderam a vida (nem quero dizer nenhum número pois o que gostaria de dizer era zero), os danos, totalmente incalculáveis e irrecuperáveis, em bens perdidos pelas pessoas, os perigos para a saúde presente e futura devido ao que está a acontecer nas centrais nucleares, os danos para a economia do país com a falta de energia, com os portos fechados á exportação, com as fabricas paradas por falta de tudo, com a fuga do investimento, com os triliões que vão ter de ser usados para tentar sarar as feridas de um país tão martirizado, etc., etc.
O Japão é o maior investidor estrangeiro na Tailândia e existe uma grande comunidade japonesa vivendo aqui e conheço bem a qualidade de que é feita este povo. Durante a minha vida profissional tive a oportunidade de trabalhar bastantes anos com Japoneses, de visitar inúmeras vezes o Japão donde conheço não só a maioria das cidades como parte do interior do pais e consigo compreender um pouco como é que irão voltar a andar de cabeça erguida, sofrendo no seu intimo mas com a mesma determinação como construíram a segunda maior economia do mundo no rescaldo do pós guerra.
Como disse o PM Naoto Kan este é o maior desafio para o Japão depois da devastação que aconteceu após a segunda guerra mundial, e pessoalmente penso que é mesmo maior se bem que o número de mortos será inferior ao dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki. O sentir dos japoneses nos anos 40-50 é bem diferente daquele que existe hoje em dia. Os japoneses conseguiram, fundamentalmente nas décadas entre 65-85 transformar o país de uma forma que também transformou a cultura do país de forma significativa. Hoje o país pode estar preparado para enfrentar um desastre das proporções do de Sexta passada mas no que respeita a reconstrução do país haverá sentimentos diferentes do que os daqueles tempos. Não quer isto dizer que os japoneses irão baixar os braços, não é povo para isso fazer, mas irão ser mais cerebrais, mais calculistas, mais formais na forma como enfrentarão a crise.
As palavras ditas na ocasião pelo Presidente Obama deveriam soar forte no Mundo. "Nestes momentos entendemos que não existem cores, religiões ou raças, somos todos humanidade e assim deverá ser" (de memória). Apetece-me dizer que todos somos japoneses.
A minha muita admiração pelos Japoneses (sentimento ainda há segundos confirmado em conversa com a Embaixada do Japão aqui em Bangkok) faz-me crer que saberão chorar sem medo, lavar as lágrimas e deitar mãos à obra e reconstruir o país com determinação e lá irão adiando aquela pergunta que se houve em Tóquio muitas vezes: "E para mim?" quando os japoneses se referem aos esforços que sempre fizeram em prol do país.
Entretanto a Tailândia irá em principio decidir hoje uma ajuda de emergência para o Japão no montante de 200 milhões de baht (4,7 milhões de Euros).
Não me quero alargar muito sobre tamanha tragédia já bem conhecida de todos.
Estava a almoçar na Sexta quando recebi (seria 12.50 hora de Bangkok) uma mensagem através de um serviço de alertas sobre o que se tinha passado na costa Leste do Japão. As notícias correm tão rápidas como a devastação daquela massa disforme de água que tudo levou na sua fúria.
Ao princípio falava-se de uma pequena zona e de umas dezenas de fatalidades. Fez-me lembrar semelhante caso em 26 de Dezembro de 2004, aqui bem perto, quando as primeiras notícias que recebi falavam em algumas zonas destruídas em Phuket e em cerca de 200 mortos. Como infelizmente se sabe acabou por se estender a uma muito vasta área no oceano Indico e o número de mortos só parou próximo dos 300.000.
A tragédia japonesa tem dimensões ainda difíceis de se contabilizar. Em números de pessoas que perderam a vida (nem quero dizer nenhum número pois o que gostaria de dizer era zero), os danos, totalmente incalculáveis e irrecuperáveis, em bens perdidos pelas pessoas, os perigos para a saúde presente e futura devido ao que está a acontecer nas centrais nucleares, os danos para a economia do país com a falta de energia, com os portos fechados á exportação, com as fabricas paradas por falta de tudo, com a fuga do investimento, com os triliões que vão ter de ser usados para tentar sarar as feridas de um país tão martirizado, etc., etc.
O Japão é o maior investidor estrangeiro na Tailândia e existe uma grande comunidade japonesa vivendo aqui e conheço bem a qualidade de que é feita este povo. Durante a minha vida profissional tive a oportunidade de trabalhar bastantes anos com Japoneses, de visitar inúmeras vezes o Japão donde conheço não só a maioria das cidades como parte do interior do pais e consigo compreender um pouco como é que irão voltar a andar de cabeça erguida, sofrendo no seu intimo mas com a mesma determinação como construíram a segunda maior economia do mundo no rescaldo do pós guerra.
Como disse o PM Naoto Kan este é o maior desafio para o Japão depois da devastação que aconteceu após a segunda guerra mundial, e pessoalmente penso que é mesmo maior se bem que o número de mortos será inferior ao dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki. O sentir dos japoneses nos anos 40-50 é bem diferente daquele que existe hoje em dia. Os japoneses conseguiram, fundamentalmente nas décadas entre 65-85 transformar o país de uma forma que também transformou a cultura do país de forma significativa. Hoje o país pode estar preparado para enfrentar um desastre das proporções do de Sexta passada mas no que respeita a reconstrução do país haverá sentimentos diferentes do que os daqueles tempos. Não quer isto dizer que os japoneses irão baixar os braços, não é povo para isso fazer, mas irão ser mais cerebrais, mais calculistas, mais formais na forma como enfrentarão a crise.
As palavras ditas na ocasião pelo Presidente Obama deveriam soar forte no Mundo. "Nestes momentos entendemos que não existem cores, religiões ou raças, somos todos humanidade e assim deverá ser" (de memória). Apetece-me dizer que todos somos japoneses.
A minha muita admiração pelos Japoneses (sentimento ainda há segundos confirmado em conversa com a Embaixada do Japão aqui em Bangkok) faz-me crer que saberão chorar sem medo, lavar as lágrimas e deitar mãos à obra e reconstruir o país com determinação e lá irão adiando aquela pergunta que se houve em Tóquio muitas vezes: "E para mim?" quando os japoneses se referem aos esforços que sempre fizeram em prol do país.
Entretanto a Tailândia irá em principio decidir hoje uma ajuda de emergência para o Japão no montante de 200 milhões de baht (4,7 milhões de Euros).
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