segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Amarelos e Vermelhos

A saga dos membros da Aliança dos Patriotas que se encontram detidos em Phnon Pehn continua e o PAD decidiu manifestar-se sem parar pedindo a demissão de Abhisit e de kasit o Ministro dos Estrangeiros, ele próprio um membro do PAD.

Os amarelos iniciaram a manifestação na Sexta-feira em frente à Government House e decidiram mantê-la continuadamente bloqueando a rua Pithsanulok que passa em frente do complexo do PM. De igual modo alteraram o seu pedido e já não querem que Abhisit se demita querem que ele seja corrido "por não defender os interesses do país". De acordo com os seus líderes os sete elementos da "força patriótica" não entraram no Camboja pois o terreno que estavam a pisar é terreno tailandês e Abhisit ao aceitar a sua prisão e nada fazer contra isso está a ceder perante os "invasores " cambojanos.

Entendem os elementos deste subgrupo do PAD que o Camboja ocupa ilegalmente parte do território tailandês, visto na área onde foram feitos prisioneiros estarem aquarteladas forças militares do Camboja, e o PM Abhisit ao não defender a pátria dos agressores estrangeiros está a colaborar com eles.

A causa das lutas entre os dois países cada vez tem menos adeptos e isso nota-se no facto da manifestação do PAD não contar com grande apoio (200 pessoas de acordo com a Policia) e só o facto de terem instalado barricadas impede a circulação de carros junto do complexo ministerial. De resto pouco mais de umas centenas serão os elementos aí estacionados que ontem inclusive conviviam com uma caravana vermelha que se passeava pela cidade como se vê acima. Em relação aos vermelhos, que como disse da última vez que se manifestaram a todos espantaram pela grande quantidade de pessoas que trouxeram para a rua, note-se que agora criaram novas formas de se manterem "no ar" com esses passeios dominicais onde vão mostrando as suas cores e acabaram de chegar a acordo com os comerciantes da zona de Ratchaprasong para que as futuras manifestações que ali realizarem (a zona é simbólica e tem a marca dos acontecimentos de Maio passado) sejam curtas e animadas de modo a causar a menor perturbação possível ao comércio da zona.

Na capital do Camboja no sábado passado os 5 elementos dos "patriotas" que se encontram detidos viram o tribunal negar-lhes liberdade sob fiança e dois deles (um dos quais um importante líder amarelo) irão por certo passar um mau momento devido às acusações de espionagem contra eles produzidas pelo ministério público que poderão levar ao encarceramento por longo tempo e em condições que por certo não vão ser as melhores.

O deputado e ex Vice-Ministro Panich bem como uma sua colaboradora foram libertados sob fiança mas estão impossibilitados de sair do país e têm de se apresentar ás autoridades todas as semanas até à conclusão final do processo. Estão actualmente instalados na residência do embaixador Tailandês em Phnon Penh.

Abhisit e Kasit conseguiram que os seus aliados se virassem contra eles e agora bem podem dizer a velha frase "quem necessita de inimigos quando tem amigos destes?".

Contudo é claro que esta acção é um tiro no pé do PAD visto não só o reduzido número de apoiantes que conseguem chamar para as suas manifestações como o facto de quem está em perca neste conflito serem exactamente o movimento e a sua base de apoio. As contra-manifestações de todos aqueles que vivem das relações e trocas comerciais Tailândia-Camboja, e que são muitos, e as palavras de desagrado com a actuação deles já usadas pelo chefe do exército General Prayud, são outros dois elementos que colocam o PAD e os seus mais radicais membros numa situação de perca numa altura em que pelo contrário o movimento necessitava de se reafirmar se têm algum intento de fazer valer os seus pontos de vista nas próximas eleições através da sua estrutura partidária o Partido da Nova Politica.

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