Sempre gostei muito da forma como os cartoonistas observam a realidade. O facto de utilizarem o desenho para caricaturar a sociedade permite-lhes observar os diferentes ângulos de um problema com muita maior acuidade do que muitas linhas de escritos.
Aqui em Bangkok há cartoonistas de muita qualidade que utilizam a sua arte para por vezes ousarem dizer aquilo que muitas vezes por palavras se torna difícil.
Não é o caso do cartoon de hoje do bangkok Post pois aquilo que mostra é uma evidência de há muito. As dificuldades do partido da oposição em encontrar uma liderança firme e livre das mãos do "mestre" em marionetas que é Thaksin.
Desde há tempos que penso, e tenho escrito, que o Phue Thai está em desagregação e não consegue encontrar um rumo e muito disso deve-se ao facto de não conseguir cortar o cordão umbilical com o ex PM. Todos os líders que tem tido nunca o são na realidade já que o líder de facto é o fugitivo ex-PM
Fazer isso contudo não é uma questão simples e basta para quem tenha algumas dúvidas fazer uma pequena viagem pela província que logo entenderá porque é que, mesmo se quiser, o Pheu Thai está enfeudado àquele que ainda continua a ser o primeiro-ministro de uma larguíssima franja no país. Tão larga que ainda muito recentemente o partido de Nevin Chidchob, o Bhum Jai Thai, que pretende vir a ser a força dominante no terreno thaksinista, afirmou que nas próximas eleições o Pheu Thai ainda sairá vencedor.
Há não muitos dias, em mais uma missão ao nordeste do país para contacto com as populações locais, perguntei porque é que as políticas deste governo, que são de uma forma geral cópias melhoradas das políticas utilizadas por Thaksin para o mundo rural, não têm a mesma aceitação por parte das populações. Note-se que o governo Abhisit não retirou nenhum dos benefícios anteriormente oferecidos por Thaksin e adicionou outros e mesmo assim não consegue "entrar no coração" (tradução literal da expressão tailandesa) das pessoas.
A resposta foi muito simples. Não há sintonia entre quem fazer a "entrega" e quem recebe. Dantes Thaksin, os seus Ministros e outros que faziam a política local estavam no terreno em permanência em contacto com as comunidades e as populações conseguiam fazer a ligação directa entre os benefícios percebidos e os doadores. O próprio Thaksin deslocava-se amiúde ao terreno onde se sentava e comia um "som tum" com o povo à beira da estrada.
Agora quem "decreta em Bangkok" são uns senhores bem apalavrados e bem vestidos que só são visíveis na televisão e os deputados eleitos localmente dedicam-se mais aos "prazeres" da metrópole do que ao convívio com os seus.
O Pheu Thai está moribundo, sangrando com deputados a saírem para outros partidos mas esses deputados não saem para ir estar juntos dos seus eleitores saem sim para se sentar à mesa onde é repartido o "grande bolo" do poder e as suas benesses.
Por um lado o Pheu Thai necessita de se tornar independente e capaz de ter uma estratégia motivadora e catalisadora mas por outro não pode cortar as cordas que o fazem mexer sob pena de se tornar ainda mais num passado de memórias.
Era bom que se pudesse assumir como um partido livre e capaz de exercer o seu dever democrático como oposição, mas parece não ser ainda nos anos mais próximos que o sistema político partidário vai ser um sistema baseado nos interesses e vontades das populações.
Aqui em Bangkok há cartoonistas de muita qualidade que utilizam a sua arte para por vezes ousarem dizer aquilo que muitas vezes por palavras se torna difícil.
Não é o caso do cartoon de hoje do bangkok Post pois aquilo que mostra é uma evidência de há muito. As dificuldades do partido da oposição em encontrar uma liderança firme e livre das mãos do "mestre" em marionetas que é Thaksin.
Desde há tempos que penso, e tenho escrito, que o Phue Thai está em desagregação e não consegue encontrar um rumo e muito disso deve-se ao facto de não conseguir cortar o cordão umbilical com o ex PM. Todos os líders que tem tido nunca o são na realidade já que o líder de facto é o fugitivo ex-PM
Fazer isso contudo não é uma questão simples e basta para quem tenha algumas dúvidas fazer uma pequena viagem pela província que logo entenderá porque é que, mesmo se quiser, o Pheu Thai está enfeudado àquele que ainda continua a ser o primeiro-ministro de uma larguíssima franja no país. Tão larga que ainda muito recentemente o partido de Nevin Chidchob, o Bhum Jai Thai, que pretende vir a ser a força dominante no terreno thaksinista, afirmou que nas próximas eleições o Pheu Thai ainda sairá vencedor.
Há não muitos dias, em mais uma missão ao nordeste do país para contacto com as populações locais, perguntei porque é que as políticas deste governo, que são de uma forma geral cópias melhoradas das políticas utilizadas por Thaksin para o mundo rural, não têm a mesma aceitação por parte das populações. Note-se que o governo Abhisit não retirou nenhum dos benefícios anteriormente oferecidos por Thaksin e adicionou outros e mesmo assim não consegue "entrar no coração" (tradução literal da expressão tailandesa) das pessoas.
A resposta foi muito simples. Não há sintonia entre quem fazer a "entrega" e quem recebe. Dantes Thaksin, os seus Ministros e outros que faziam a política local estavam no terreno em permanência em contacto com as comunidades e as populações conseguiam fazer a ligação directa entre os benefícios percebidos e os doadores. O próprio Thaksin deslocava-se amiúde ao terreno onde se sentava e comia um "som tum" com o povo à beira da estrada.
Agora quem "decreta em Bangkok" são uns senhores bem apalavrados e bem vestidos que só são visíveis na televisão e os deputados eleitos localmente dedicam-se mais aos "prazeres" da metrópole do que ao convívio com os seus.
O Pheu Thai está moribundo, sangrando com deputados a saírem para outros partidos mas esses deputados não saem para ir estar juntos dos seus eleitores saem sim para se sentar à mesa onde é repartido o "grande bolo" do poder e as suas benesses.
Por um lado o Pheu Thai necessita de se tornar independente e capaz de ter uma estratégia motivadora e catalisadora mas por outro não pode cortar as cordas que o fazem mexer sob pena de se tornar ainda mais num passado de memórias.
Era bom que se pudesse assumir como um partido livre e capaz de exercer o seu dever democrático como oposição, mas parece não ser ainda nos anos mais próximos que o sistema político partidário vai ser um sistema baseado nos interesses e vontades das populações.
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