segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Afirmações de Abhisit


Possiveis eleições são um tema que muito interessa à oposição que persistentemente as reclama proclamando a não legitimidade democrática do presente Governo. Este fim de semana também o PM veio dizer que o seu partido estava pronto para “ir á luta” e que as sondagens, que tinha em seu poder, apontavam para que os Democratas obtivessem 240 lugares num novo Parlamento.

Os Democratas têm actualmente 173 lugares, menos 15 que o partido mais votado, o Puea Thai (aliado de Thaksin), e esse numero é o maior que alguma vez os Democratas conseguiram obter.

As bases de apoio do partido Democrata concentram-se nas zonas urbanas e no Sul do país, sendo que esta área é a que elege menos Deputados. Contudo uma sondagem vinda a público em Dezembro dava mais dois Deputados ao Puea Thai em Bangkok do que aos Democratas. O grosso dos Deputados vêm contudo das áreas mais populosas, nordeste e norte, onde a influência de Thaksin é prodominante e se mantém viva como foi evidenciado nas últimas quatro eleições intercalares.

Numa delas, ocorrida em 11 de Janeiro em Maha Sarakhan, o Puea Thai concorrem contra um só partido, o Bhum Jai Thai, que actuou como uma frente comum da actual coligação no poder, e mesmo assim conseguiu a vitória reelegendo o Deputado do seu partido que tinha sido desqualificado.

A afirmação de Abhisit de que os Democratas conquistariam 240 Deputados, exactamente metade da Câmara Baixa, segundo ele baseado em sólidos estudos, só pode ser entendida como uma forma de fazer campanha antes de tempo pois todos os outros analistas, que não os que Abhisit quer ver, afirmam que o vencedor numa eleição será de novo o Puea Thai, sendo que isso, como agora acontece, não queira dizer que tenha a capacidade para formar governo. A decisão para esse efeito não está ao nível dos resultados das eleições mas a outros niveis como vem sendo demonstrado há tempos.

Aliás uma das grandes fraquezas do Puea Thai é que os seus melhores políticos estão banidos do exercício de actividades políticas, 220 no total, e é visível a falta de “caras capazes” para estarem à frente dos destinos do país.

Abhisit continua numa campanha de sobrevivência diária, fazendo afirmações tendentes a manter viva a chama que vai iluminando o governo e a coligação.

Noutra afirmação feita, infelizmente para ele perante uma plateia de empresários na Sexta à noite, o PM disse que a economia do país, depois de ter caido 7,1% no ano passado começou a mostrar sinais de recuperação no último trimestre do ano, altura em que o desemprego que era de 1 milhão de pessoas foi reduzido em 400 ou 500 mil!!

É de propor o PM para prémio Nobel da Economia visto ter conseguido fazer com que o desemprego fosse reduzido para metade num só trimestre. Uma afirmação que aparece no mesmo momento em que é mostrado que a ocupação dos escritórios desceu 3,34%, e a utilização dos parques industriais na zona de Chon Buri-Rayong, foi fortemente afectada pela crise mundial no sector automóvel, faz pensar onde será que foram colocados esse meio milhão de novos empregados.

Abhisit apesar de ter tudo a seu favor tem uma tendência, ele e o seu núcleo mais próximo, para por por vezes criar factos políticos sem sustentação e fundamentalmente sem necessidade.

As suas afirmações são cada vez mais interpretadas como sendo feitas fora do contexto daquilo que está na realidade a acontecer na política no país e assim é porque o centro do poder não está na Government House.

Um exemplo disso foram as duas últimas convocatórias feitas, nas últimas três semanas, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Kasit, aos diplomatas acreditados em Bangkok, ambas feitas com carácter de urgência para o próprio dia. Em ambas aprentou-se ladeado não pelo seus funcionários do seu ministério mas por generais do exército.

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