Pyanart, do The Nation, fez ontem as notas soltas na secção política do jornal e titula assim: Do All Roads really lead to Nevin?
Na realidade o momento político na Tailândia por mais voltas que dê acaba sempre à volta de Nevin Chidchob, o nunca presente mas nunca ausente, político de Buriram prestes a fazer 51 anos a 4 de Outubro.
Em Dezembro do ano passado foi a sua experiência como político, ganha ao serviço de Thaksin, que lhe permitiu organizar as forças necessárias para levar Abhisit ao poder. Junto com Shutep, o Secretário-Geral dos Democratas e homem da “velha política”, e com o auxílio dos militares encabeçado pelo mais sénior Prawit Wonsawan, o actual Ministro da Defesa, prepararam o movimento necessário para que os partidos que no Parlamento apoiavam a coligação dos thaksinistas mudassem de campo e se posicionassem atrás do jovem líder democrata.
Conquistado este primeiro passo era necessário avançar na preparação da estratégia que o poderá levar ao poder. Nevin sabe que está sem direitos políticos até Maio de 2012 mas isso não é um problema visto ter ainda a necessidade de se munir de todos os elementos que lhe permitam ser o próximo Thaksin. Mais do que ser o Primeiro Ministro ele quer suceder ao seu antigo patrão.
Formou o partido Bhum Jai Thai (orgulho de ser Thai), colocou na sua liderança o actual Ministro do Interior, Chawarat Charnwirakul, um velho homem de negócios de etnia chinesa, parceiro e apoiante de Thaksin em muitos projectos no início deste século, fundador do companhia de construções Sino-Thai, sempre bem favorecida nos contractos com o governo, e homem que pela sua avançada idade, 73 anos, não terá nenhum objectivo de reter o poder não sendo portanto uma ameaça para o homem de Buriram.
Depois de montar a estrutura era necessário obter os fundos. A Sino-Thai era um dos fornecedores, tal como o grupo King-Power, cuja principal actividade são os “Duty-Free shops”, mas era necessário manter um constante fluir de fundos para pagar os deputados pertencentes ao Partido (anterior facção Nevin), e aliciar mais para se juntarem ás hostes para engrossar o contigente visto o objectivo do Partido ser para já o de conseguir chegar aos 100 Deputados. Ao atingirem tal numera têm quase que garantida a necessidade do maior partido os consultar ou com eles formar uma coligação se quiser sobreviver no poder. Como já uma vez referi Chawarat disse isso mesmo a um grupo de diplomatas, acrescentando que nesse momento, o atingir do número desejado, “tirariam o tapete” ao governo de modo a convocar eleições.
Assim para acrescentar aos fundos das empresas que acreditam no seu potencial, Nevin colocou os seus homens em lugares no Governo de onde pudessem vir importantes fundos. Ministro dos Transportes e Ministro do Comércio. Para o Ministério do Interior ficaria a tarefa de nomear para as províncias governadores próximos do partido que pudessem ao mesmo tempo controlar os fundos atribuídos para o desenvolvimento e ser um elemento crucial em eleições. Entretanto o Ministro da Defesa pouco a pouco foi-se tornando cada vez mais próximo de Nevin e tem vindo sempre a alinhar de mesmo lado da barricada quando há que enfrentar Abhisit em qualquer guerra na qual por norma Suthep tenta esquivar-se ou abster-se.
Havia assim bastantes áreas a trabalhar para obter fundos suficientes para conduzir o partido. Havia contudo uma questão que estava pendente sempre sobre a cabeça de Nevin. A possível condenação no caso de corrupção ligado à compra de milhões de rebentos de árvores de borracha em que ele era o principal acusado. Era necessário retirar essa ameaça da frente. Primeiro adiou-se o julgamento por duas vezes e quando estava tudo assegurado este acabou em nada, absolvição, não sem que a investigação se atirasse contra o Acusador público por falta de correcta preparação na condução do julgamento. Essas discussões ocorrem na praça pública mas serão factos pouco relevantes e rapidamente sairão de cena e o que permanece é a absolvição de Nevin.
Caminho livre. Primeiro passo pressionar o PM sobre dois casos. Nomeação do comandante da polícia fazendo Abhisit perder por duas vezes na escolha do seu candidato e oposição ao processo de reforma do sistema político proposto pelo PM.
A pressão começou a dar os seus frutos e as vitórias têm vindo a crescer nos últimos dias. Aprovação de um orçamento extraordinário para a defesa, aprovação da nomeação do Secretário-Geral do Ministério da Economia contra a vontade de Abhisit (já referi os dois casos) mas o mais importante veio ontem com a aprovação do plano para o “leasing” operacional de 4,000 autocarros para Bangkok, no valor de 66 mil milhões de bath (ao início era de 100 mil milhões mas mesmo o valor actual é considerado excessivo). Abhisit disse que seguiu as recomendações do National Economic and Social Development Board (NESDB), só não referiu os 4 pontos altamente negativos que o próprio relatório apresenta e que irão implicar um acréscimo de 24,8 mil milhões de bath no orçamento de estado para fazer frente ao plano de reformas antecipadas para 7.009 empregados e para suportar as já pesadas percas do BMTA, o operador dos autocarros. Este projecto pertence ao Ministério dos Transportes.
Em contrapartida Abhisit pode nomear, Prateep, o seu candidato, como Comandante interino da Polícia e obteve a provação do Bhum jai Thai party para que o processo da reforma do sistema político passe por um referendo
O que permitirá à coligação no poder manter-se por mais quase que um ano.
Nevin, vai continuar a puxar a corda sempre que quiser, visto já saber as fragilidades e o isolamento de Abhisit, mas também fica contacte com a possibilidade de encher os cofres do Partido e de queimar tempo até ao momento em que estiver livre. Convém lembrar que a, por vezes falada amnistia para os “delitos” políticos não serve a Nevin visto que seria por demasiado escandaloso aplicar tal lei somente a ele e se isso avançasse ele teria a forte concorrência de outros políticos, num total de 220, que actualmente estão sem direitos.
Na realidade o momento político na Tailândia por mais voltas que dê acaba sempre à volta de Nevin Chidchob, o nunca presente mas nunca ausente, político de Buriram prestes a fazer 51 anos a 4 de Outubro.
Em Dezembro do ano passado foi a sua experiência como político, ganha ao serviço de Thaksin, que lhe permitiu organizar as forças necessárias para levar Abhisit ao poder. Junto com Shutep, o Secretário-Geral dos Democratas e homem da “velha política”, e com o auxílio dos militares encabeçado pelo mais sénior Prawit Wonsawan, o actual Ministro da Defesa, prepararam o movimento necessário para que os partidos que no Parlamento apoiavam a coligação dos thaksinistas mudassem de campo e se posicionassem atrás do jovem líder democrata.
Conquistado este primeiro passo era necessário avançar na preparação da estratégia que o poderá levar ao poder. Nevin sabe que está sem direitos políticos até Maio de 2012 mas isso não é um problema visto ter ainda a necessidade de se munir de todos os elementos que lhe permitam ser o próximo Thaksin. Mais do que ser o Primeiro Ministro ele quer suceder ao seu antigo patrão.
Formou o partido Bhum Jai Thai (orgulho de ser Thai), colocou na sua liderança o actual Ministro do Interior, Chawarat Charnwirakul, um velho homem de negócios de etnia chinesa, parceiro e apoiante de Thaksin em muitos projectos no início deste século, fundador do companhia de construções Sino-Thai, sempre bem favorecida nos contractos com o governo, e homem que pela sua avançada idade, 73 anos, não terá nenhum objectivo de reter o poder não sendo portanto uma ameaça para o homem de Buriram.
Depois de montar a estrutura era necessário obter os fundos. A Sino-Thai era um dos fornecedores, tal como o grupo King-Power, cuja principal actividade são os “Duty-Free shops”, mas era necessário manter um constante fluir de fundos para pagar os deputados pertencentes ao Partido (anterior facção Nevin), e aliciar mais para se juntarem ás hostes para engrossar o contigente visto o objectivo do Partido ser para já o de conseguir chegar aos 100 Deputados. Ao atingirem tal numera têm quase que garantida a necessidade do maior partido os consultar ou com eles formar uma coligação se quiser sobreviver no poder. Como já uma vez referi Chawarat disse isso mesmo a um grupo de diplomatas, acrescentando que nesse momento, o atingir do número desejado, “tirariam o tapete” ao governo de modo a convocar eleições.
Assim para acrescentar aos fundos das empresas que acreditam no seu potencial, Nevin colocou os seus homens em lugares no Governo de onde pudessem vir importantes fundos. Ministro dos Transportes e Ministro do Comércio. Para o Ministério do Interior ficaria a tarefa de nomear para as províncias governadores próximos do partido que pudessem ao mesmo tempo controlar os fundos atribuídos para o desenvolvimento e ser um elemento crucial em eleições. Entretanto o Ministro da Defesa pouco a pouco foi-se tornando cada vez mais próximo de Nevin e tem vindo sempre a alinhar de mesmo lado da barricada quando há que enfrentar Abhisit em qualquer guerra na qual por norma Suthep tenta esquivar-se ou abster-se.
Havia assim bastantes áreas a trabalhar para obter fundos suficientes para conduzir o partido. Havia contudo uma questão que estava pendente sempre sobre a cabeça de Nevin. A possível condenação no caso de corrupção ligado à compra de milhões de rebentos de árvores de borracha em que ele era o principal acusado. Era necessário retirar essa ameaça da frente. Primeiro adiou-se o julgamento por duas vezes e quando estava tudo assegurado este acabou em nada, absolvição, não sem que a investigação se atirasse contra o Acusador público por falta de correcta preparação na condução do julgamento. Essas discussões ocorrem na praça pública mas serão factos pouco relevantes e rapidamente sairão de cena e o que permanece é a absolvição de Nevin.
Caminho livre. Primeiro passo pressionar o PM sobre dois casos. Nomeação do comandante da polícia fazendo Abhisit perder por duas vezes na escolha do seu candidato e oposição ao processo de reforma do sistema político proposto pelo PM.
A pressão começou a dar os seus frutos e as vitórias têm vindo a crescer nos últimos dias. Aprovação de um orçamento extraordinário para a defesa, aprovação da nomeação do Secretário-Geral do Ministério da Economia contra a vontade de Abhisit (já referi os dois casos) mas o mais importante veio ontem com a aprovação do plano para o “leasing” operacional de 4,000 autocarros para Bangkok, no valor de 66 mil milhões de bath (ao início era de 100 mil milhões mas mesmo o valor actual é considerado excessivo). Abhisit disse que seguiu as recomendações do National Economic and Social Development Board (NESDB), só não referiu os 4 pontos altamente negativos que o próprio relatório apresenta e que irão implicar um acréscimo de 24,8 mil milhões de bath no orçamento de estado para fazer frente ao plano de reformas antecipadas para 7.009 empregados e para suportar as já pesadas percas do BMTA, o operador dos autocarros. Este projecto pertence ao Ministério dos Transportes.
Em contrapartida Abhisit pode nomear, Prateep, o seu candidato, como Comandante interino da Polícia e obteve a provação do Bhum jai Thai party para que o processo da reforma do sistema político passe por um referendo
O que permitirá à coligação no poder manter-se por mais quase que um ano.
Nevin, vai continuar a puxar a corda sempre que quiser, visto já saber as fragilidades e o isolamento de Abhisit, mas também fica contacte com a possibilidade de encher os cofres do Partido e de queimar tempo até ao momento em que estiver livre. Convém lembrar que a, por vezes falada amnistia para os “delitos” políticos não serve a Nevin visto que seria por demasiado escandaloso aplicar tal lei somente a ele e se isso avançasse ele teria a forte concorrência de outros políticos, num total de 220, que actualmente estão sem direitos.
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