Sempre me fez confusão os extremismos. Qualquer que seja o lado qualquer que seja a cor que aqui na Tailândia tem tanto significado.
Há muitas pessoas para as quais o Mal é vermelho e o Bom é amarelo. Há outras que são tão daltónicas que não conseguem ver nenhuma cor a não ser o amarelo.
Para esses os vermelhos são os rufias, de baixa classe, comprados sempre por Thaksin, gente sem educação, arruaceiros, desprezaveis trabalhadores do campo, de pele escura, etc , etc.
Os amarelos são pelo contrário a bente de bem, de pele clara, os ilustrados, os defensores dos grandes valores civilazionais, os que conduzem Mercedes e BMW, etc, etc.
Este fim de semana foi exemplar para mostrar aos que são cegos que basta abrirem os olhos e olhar para as imagens.
Quer nun quer noutro movimento há gente de valor e de valores, quer nun quer noutro agrupamento há gente sem valor e fundamentalmente gente sem valores nenhuns.
Os guardas do PAD, aqueles que no dia 29 de Novembro de 2008 em Ratchayodhin atiravam com armas de fogo contra os seus compatriotas, como se as diferenças de opinião fossem base para uma uma guerra civil, enquanto levantavam no ar a fotografia do Rei, são aquilo que se viu este fim de semana, no seu pior, em Si Sa Ket.
Essa utilização permenente e abusiva da imagem do Rei tem causado danos à monarquia ainda não bem calculados. Basta ver o medo que as pessoas têm em v,estir de amarelo, quando ainda há dois anos, em cada Segunda-feira, havia no país uma onda de amarelo. Quase se poderia dizer, por exagero, que outras cores eram a excepção. Agora, e tenho analisado muito cuidadosamente o assunto referindo-me aos mesmos locais de há anos, contam-se pelos dedos de uma mão os que continuam a vestir a camisola do amarelo real. Não porque as pessoas tenham perdido a sua devoção pelo reverendo monarca, nada disso, mas por que não querem ser conectadas com o PAD. Os estudos feitos apontam sempre que cerca de 2/3 da população não quer nada com amarelos ou vermelhos. Querem é paz e progresso.
Os vermelhos não têm guardas, pois não têm tanto dinheiro como o PAD, mas têm uns voluntários, não tão organizados e com características diferentes mas também capazes do mesmo.
As fotografias que deixo a seguir são um bom exemplo daquilo que deve ser, e foi, uma manifestação por um objectivo de um grupo de pessoas que tem o direito de sonhar esse objectivo. Infelizmente não há tantas fotografias dos ataques do PAD em Si Sa Ket mas as que aqui já deixei são já elucidativas e o facto de ter havido, não 17 como referi, mas 20 feridos diz alguma coisa e marca o contraste com o que se passou em Bangkok. E refira-se que não há fotografias pois os jornalistas que lá estavam foram corridos a tiro, á cacetada e ameaçados com machetes por esses guardas daquilo que não se sabe bem o quê.
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