quarta-feira, 4 de março de 2009

A CIA e o Trânsito de Presos


Tal como em Portugal a Tailândia entra na controversa do tratamento dado a membros da Al-Qaeda, presos no pós 11 de Setembro.

Ontem o Governo dos Estados Unidos confirmou a existência neste país de locais onde eram mantido presos e interrogados suspeitos de pertencer aquela organização.

O Ministério Publico em Nova Iorque revelou que tinham sido destruídas 92 cassetes com imagens sobre actos de tortura registados em prisões na Tailândia. As cassetes vídeo continham imagens de dois detidos, Abu Zubaydah e Abd al-Rahim al-Nashiri presos respectivamente no Paquistão e nos Emiratos Árabes Unidos.

Esses presos teriam sido trazidos para a Tailândia e sujeitos a interrogatórios, de acordo com a comunicação feita nos Estados Unidos, violando a Convenção de Genebra de 1949 respeitante aos direitos dos prisioneiros de guerra.

Como em Portugal de imediato as autoridades negaram o facto de existirem semelhantes prisões e convidaram os órgãos da comunicação social para visitarem os supostos locais. Udon Thani, Nakhon Phanon, Nakhon Ratchasima e U-Tapao, tudo bases aéreas tidas por serem as utilizadas pelas forças americanas.

Como é óbvio os incidentes, se aconteceram, foi há bastante tempo e por isso traços não haverá, agora de qualquer passagem dos detidos pela CIA.

Este é um dos pontos mais negros da política americana no pós 11 de Setembro do qual ainda existe a face visível, a prisão de Guantanano que o Presidente Obama anunciou fechar no próximo ano.

Não querendo fazer juízos nem substituir-me ao Ministério Público americano, não será de estranhar que tais factos tivessem aqui ocorrido. A Tailândia é um dos principais aliados dos Estados Unidos na Ásia. A Missão americana em Bangkok é base regional para muitas das actividades da diplomacia e segurança americanas e tem ao seu serviço mais de 2.000 pessoas sem contar com a JUSMAG. Todos os anos as forças armadas americanas realizam exercícios militares conjuntos denominados COBRA GOLD que recentemente terminaram em Chiang Mai e em Sathahip/Pattaya.

O mesmo aconteceu com os voos que passaram em Portugal outro importante aliado dos Estados Unidos. O natural é que os americanos se apoiem nos seus aliados, pois de outra forma não poderia ser.

Mais um problema para atrapalhar o governo de Abhisit que prudentemente não fala sobre o assunto, ordenando que sejam segundos planos e militares a comentarem as notícias vindas do outro lado do Mundo.

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