Reza o registo que amanhã 12 de Dezembro Manuel de Oliveira completa 100 anos, mas na realidade é hoje no dia 11 que em 1908 Oliveira veio a este Mundo.
Começou em 1931 com "Douro Faina Fluvial" mas é só nos últimos 20 anos que a sua produção começa a tomar contornos de um obra enciclopédica. Dos 80 para cá, Oliveira dirige um filme por ano sempre com o mesmo vigor com que o faz actualmente, em Lisboa, com "Singularidades de uma Rapariga Loira".
Nunca se preocupou muito de ser titulado como um realizador que só é apreciado pelos críticos e que pouco público atrai, mas tem a seu favor o testemunho dos muitos actores que com ele trabalham ou trabalharam e que sempre lhe dirigiram os maiores elogios. Isto para além de todos os tributos e prémios possiveis.
Lembro-me de ainda não há muitos anos o ter visto a jantar num restaurante do Porto, a sua cidade, com Cláudia Raya, e ter ficado espantado pela sua vivacidade. Vivacidade com que se movimentava e da forma como parecia ser um "namorado" da bela Raya. Diz-se que ainda hoje a sua mulher tem muitos ciúmes devido à sedução que sempre consegue produzir nas mulheres com quem se cruza.
Não sou um conhecedor da obra de Oliveira pois faço parte daqueles que consideram os seus filmes demasiado densos e difíceis de apreciar mas houve um que muito gostei, o "Acto da Primavera". Chamam-lhe um documentário mas eu prefiro associá-lo ao cinemá verité que Resnais fazia. Vi-o no antigo Cinema Império, na Sala Estúdio, e foi um filme que nunca me saiu da memória.
Oliveira faz parte da história do cinema e continua a mostrar uma capacidade de trabalho e de direcção, segundo dizem aqueles que com ele trabalham, invejável para qualquer um. Quem disse que velhos são os trapos bem acertou. Oliveira é a prova disso. Parabéns.
Coincidência ou não hoje vou a Chiang Mai, proceder à abertura do Festival de Cinema da União Europeia, onde 17 filmes de 17 países membros estarão presentes incluindo "Pele" do português Fernando Vendrell, uma história sobre discriminação racial no início dos anos 70.
É a 17 vez que a Delegação da Comissão com o grande apoio dos Estados Membros organiza o Festival, que é uma peça importante na forma de trazer um pouco da cultura Europeia até aos tailandeses. Portugal tem estado sempre presente através da nossa produção cinematográfica.
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