As eleições para o Parlamento decorreram ontem num clima de grande responsabilidade cívica por todo o país.
Os incidentes que são conhecidos são de pequena monta e mesmo os famosos cartões vermelhos ou amarelos que poderão vir a ser mostrado aos candidatos pela Comissão Nacional de Eleições são desta vez, de acordo com o porta-voz desta, menos do que no passado.
A Democracia saiu reforçada do acto eleitoral e agora o país tem de olhar para o futuro e pensar como pode um novo governo, que estará em funcionamento no início de Agosto, responder aos grandes desafios que se colocam pela frente.
A maioria do povo, 52,4% votou no partido Pheu Thai liderado por Yingluck Shinawatra que assim será a primeira mulher a assumir o mais alto posto no executivo tailandês. O partido Democrata do PM em exercício Abhisit Vejjajiva obteve 32% dos votos. O resto foi divido por vários partidos mais pequenos com o realce para o Bhum Jai Thai party e o Chart Thai Pattanna que conseguiram 34 e 19 lugares respectivamente.
O governo para os próximos quatro anos (é este sempre a expectativa nos sistemas democráticos) será liderado por um partido que por si só obteve a confiança da maioria do povo tailandês o que tem um importante significado.
Contudo, para reforçar a maioria já alcançada (262 lugares num parlamento de 500 lugares) e até por causa do sistema constitucional onde os Ministros que são em simultâneo Deputados não podem votar em assuntos que lhes dizem respeito o que enfraquece uma maioria, o próximo governo será uma coligação que pelo menos irá contar com os 19 deputados do CTP e os 7 deputados do Phalang Chong. Outros partidos ou facções poderão associar-se.
As negociações para a formação do executivo já começaram e irão ser o tema dos próximos dias.
Quer Yingluck quer Abhisit mostraram dignidade quer na vitória quer na derrota o que augura sinais positivos para o país.
Outro aspecto positivo ontem foi o facto do fugitivo ex PM Thaksin, o homem que ria fantasmas em muitos (e com algum fundamento para tal) ter falado para a TV tailandesa TPBS de uma forma bastante calma e mostrando entender que o "timing" para o seu regresso ao país ainda está longe de ter chegado. Thaksin afirmou que o principal neste momento é satisfazer as necessidads das pessoas no campo económico e avançar no processo de reconciliação dizendo mesmo que a comissão nomeada por Abhisit, com o DR Kanit na Nakhon à cabeça, deveria ser mantida "pois as coisas bem feitas devem continuar e ser apoiadas". Como muitos no país quero acreditar que as suas palavras são genuínas. O tempo o dirá mas contudo Thaksin pareceu, tal qual me havia dito um dos seus próximos durante a campanha, mais maduro e consciente de que se o país não estiver pacificado e no caminho da democracia ele não pode regressar.
Um aspecto altamente negativo foi o facto de todas, repito todas as sondagens feitas á boca das urnas terem errado estrondosamente. Há quatro institutos, respeitáveis entidades, que fazem sondagens há bastante tempo e são sempre esses os pontos de referência para preparar projecções. Claro que os partidos fazem as suas próprias, bem como os militares, mas essas não são públicas. São eles a NIDA (Instituto de Estudos da Administração), a Universidade de Bangkok, Universidade Suan Dusit Rajabhat e a Universidade Assumption (católica). Pois ontem todas erraram de forma nunca vista chegando a ABAC (Assumption) a um erro de 17,7% enquanto as outras se situaram entre 12 e 15%. O normal será margens de erros de até 3% mas por algumas razões que ainda não estão apuradas ontem não foi assim.
No total no país observou-se uma afluência de 76%, dois pontos acima daquilo que se tinha verificado em 2007.É um número muito bom (até tendo em conta os erros que aconteceram nos cadernos eleitorais – o general Chamlong do PAD, põe exemplo, não pode votar pois o seu nome não constava). Isto mostrou o empenho de todos os candidatos no acto e o interesse com que as populações seguiram a campanha e mostraram querer participar nas decisões para o país. Um ponto ainda sem explicação foi o de Udon Thaini, uma província bastante politizada e considerado o principal bastião do Pheu Thai, onde a votação foi estranhamente bastante baixa pois somente 52,1% dos eleitores compareceram.
Pode contudo concluir-se o seguinte: O povo tailandês empenhou-se no acto eleitoral e fez a sua escolha claramente (o partido associado ao ex PM Thaksin ganha pela 4 vez consecutiva e os Democratas perdem pela 6 vez consecutiva). O país tem condições para que seja formado um governo sólido que responda a esse voto maioritário do povo (a coligação que se avizinha terá a legitimidade de cerca de 60% dos votos dos tailandeses). O processo foi no seu essencial claro, transparente e decorreu sem sobressaltos.
Agora resta apoiar o país. Resta respeitar os que venceram e solicitar aos que perderam que sejam uma oposição forte, construtiva e capaz de pensar no país e nos tailandeses.
Como dizia o Professor Thitinan Pongsuthirak há dias "peço a todos, mesmo todos, que deixem o país entrar definitivamente no século XXI e seguir o processo democrático".
Sempre acreditei na DEMOCRACIA e quero continuar assim. Espero também que todos a apoiem deixando para trás os interesses paroquiais.
O povo foi claro no seu voto. Agora compete aos políticos serem também claros e transparentes.
Os incidentes que são conhecidos são de pequena monta e mesmo os famosos cartões vermelhos ou amarelos que poderão vir a ser mostrado aos candidatos pela Comissão Nacional de Eleições são desta vez, de acordo com o porta-voz desta, menos do que no passado.
A Democracia saiu reforçada do acto eleitoral e agora o país tem de olhar para o futuro e pensar como pode um novo governo, que estará em funcionamento no início de Agosto, responder aos grandes desafios que se colocam pela frente.
A maioria do povo, 52,4% votou no partido Pheu Thai liderado por Yingluck Shinawatra que assim será a primeira mulher a assumir o mais alto posto no executivo tailandês. O partido Democrata do PM em exercício Abhisit Vejjajiva obteve 32% dos votos. O resto foi divido por vários partidos mais pequenos com o realce para o Bhum Jai Thai party e o Chart Thai Pattanna que conseguiram 34 e 19 lugares respectivamente.
O governo para os próximos quatro anos (é este sempre a expectativa nos sistemas democráticos) será liderado por um partido que por si só obteve a confiança da maioria do povo tailandês o que tem um importante significado.
Contudo, para reforçar a maioria já alcançada (262 lugares num parlamento de 500 lugares) e até por causa do sistema constitucional onde os Ministros que são em simultâneo Deputados não podem votar em assuntos que lhes dizem respeito o que enfraquece uma maioria, o próximo governo será uma coligação que pelo menos irá contar com os 19 deputados do CTP e os 7 deputados do Phalang Chong. Outros partidos ou facções poderão associar-se.
As negociações para a formação do executivo já começaram e irão ser o tema dos próximos dias.
Quer Yingluck quer Abhisit mostraram dignidade quer na vitória quer na derrota o que augura sinais positivos para o país.
Outro aspecto positivo ontem foi o facto do fugitivo ex PM Thaksin, o homem que ria fantasmas em muitos (e com algum fundamento para tal) ter falado para a TV tailandesa TPBS de uma forma bastante calma e mostrando entender que o "timing" para o seu regresso ao país ainda está longe de ter chegado. Thaksin afirmou que o principal neste momento é satisfazer as necessidads das pessoas no campo económico e avançar no processo de reconciliação dizendo mesmo que a comissão nomeada por Abhisit, com o DR Kanit na Nakhon à cabeça, deveria ser mantida "pois as coisas bem feitas devem continuar e ser apoiadas". Como muitos no país quero acreditar que as suas palavras são genuínas. O tempo o dirá mas contudo Thaksin pareceu, tal qual me havia dito um dos seus próximos durante a campanha, mais maduro e consciente de que se o país não estiver pacificado e no caminho da democracia ele não pode regressar.
Um aspecto altamente negativo foi o facto de todas, repito todas as sondagens feitas á boca das urnas terem errado estrondosamente. Há quatro institutos, respeitáveis entidades, que fazem sondagens há bastante tempo e são sempre esses os pontos de referência para preparar projecções. Claro que os partidos fazem as suas próprias, bem como os militares, mas essas não são públicas. São eles a NIDA (Instituto de Estudos da Administração), a Universidade de Bangkok, Universidade Suan Dusit Rajabhat e a Universidade Assumption (católica). Pois ontem todas erraram de forma nunca vista chegando a ABAC (Assumption) a um erro de 17,7% enquanto as outras se situaram entre 12 e 15%. O normal será margens de erros de até 3% mas por algumas razões que ainda não estão apuradas ontem não foi assim.
No total no país observou-se uma afluência de 76%, dois pontos acima daquilo que se tinha verificado em 2007.É um número muito bom (até tendo em conta os erros que aconteceram nos cadernos eleitorais – o general Chamlong do PAD, põe exemplo, não pode votar pois o seu nome não constava). Isto mostrou o empenho de todos os candidatos no acto e o interesse com que as populações seguiram a campanha e mostraram querer participar nas decisões para o país. Um ponto ainda sem explicação foi o de Udon Thaini, uma província bastante politizada e considerado o principal bastião do Pheu Thai, onde a votação foi estranhamente bastante baixa pois somente 52,1% dos eleitores compareceram.
Pode contudo concluir-se o seguinte: O povo tailandês empenhou-se no acto eleitoral e fez a sua escolha claramente (o partido associado ao ex PM Thaksin ganha pela 4 vez consecutiva e os Democratas perdem pela 6 vez consecutiva). O país tem condições para que seja formado um governo sólido que responda a esse voto maioritário do povo (a coligação que se avizinha terá a legitimidade de cerca de 60% dos votos dos tailandeses). O processo foi no seu essencial claro, transparente e decorreu sem sobressaltos.
Agora resta apoiar o país. Resta respeitar os que venceram e solicitar aos que perderam que sejam uma oposição forte, construtiva e capaz de pensar no país e nos tailandeses.
Como dizia o Professor Thitinan Pongsuthirak há dias "peço a todos, mesmo todos, que deixem o país entrar definitivamente no século XXI e seguir o processo democrático".
Sempre acreditei na DEMOCRACIA e quero continuar assim. Espero também que todos a apoiem deixando para trás os interesses paroquiais.
O povo foi claro no seu voto. Agora compete aos políticos serem também claros e transparentes.
2 comentários:
Parabéns ao autor desta peça!!!
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I viva a democracia e os perdedores que saibam aceitar, com dignidade, a derrota
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Aqui o Povo foi o que mais ordenou!
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Que o Reino continue em paz e desenvolvimento.
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Nós, ontem, que percorremos 500 quilómetros, um círculo geográfica na parte central da Tailândia, observamos muitos postos de recolhimento de votos a decorrer em forma de um dever cívico.
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Posso afiançar (porque os nossos olhos viram), que tudo era igual e como dantes nas minhas constantes viagens pelas estradas deste belo Reino que me acolhe há mais de 30 anos e nunca fomos molestados.
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Viva a Tailândia e seu Povo.
Também faço votos de que assim seja. Acompanhei à distância a votação e apercebi-me, nos contactos que ia tendo online com os meus amigos, de que os tailandeses aspiram pela reconciliação nacional. Todavia,também me parece que se mantém bastante desconfiança no papel a desempenhar pela família Sinawatra (Thaksin e Yanluck, mas não só), quer na política, quer nos negócios que envolvem bens públicos (comunicações e energia, por exemplo).
Esperemos que esta postura de Thaksin seja verdadeira a contribua para o bem do país.
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