Para comemorar esse dia os "camisas vermelhas" voltam à cidade e ao local (Rajaprasong) onde se irão manifestar para reafirmarem os ideais pelos quais muitos deles lutaram durante aquelas 9 semanas.
Manifestam-se também por aquilo que aconteceu após o avanço das tropas nesse dia 19 de Maio.
Desde então encontram-se presos, sem acusação centenas de manifestantes, líderes e simples militantes de uma causa diferente daquela que prossegue o governo. A falta de acusação dessas pessoas tem sido permanentemente lembrada ás autoridades tailandesas inclusive em fóruns internacionais onde o PM Abhisit participa visto constituir uma violação grosseira dos direitos humanos. Abhisit afirmou recentemente após regressar das cimeiras de Hanói que o seu governo estava a trabalhar para "ajudar" os presos a obterem a devida representação jurídica facto que de alguma forma foi de imediato contraditado pelo Ministro da Defesa, e responsável pelo ainda existente CRES (centro para a resolução do estado de emergência!), quando afirmou que dependia do PM a libertação ou não dos detidos. Hoje mesmo Abhisit volta a afirmar que essa libertação tem de ser determinada pelos tribunais, quando é um facto que a larga maioria dos detidos nunca foi presente a nenhum juiz.
Esta questão a forma atrapalhada como está a ser conduzida pelo governo em nada ajuda a um clima de apaziguamento das iras "vermelhas" facto que se desejaria.
Outra questão que está a ser cada vez mais atacada é o relatório do Departamento da Investigação Especiais (DSI). Nesse documento o DSI afirma basicamente só conseguiram determinar a causa da morte em alguns corpos e que todos são provocados pelas forças "vermelhas". Quando posteriormente confrontados com essas afirmações o General Tarit, Comandante do DSI refere que todos os outros caos necessitam de mais investigação. Triste foi ouvir o General afirmar que os corpos encontrados no templo adjacente ao Siam Paragon, que tanta consternação causou a todos, foram baleados com projécteis vindos de uma posição superior em altura e ao mesmo tempo ter confirmado que seis elementos das forças armadas estavam estacionados nas linhas do metropolitano exactamente por cima do templo. Contudo o general disse não ser possível estabelecer nenhuma relação entre esses soldados e os tiros que acabaram por matar quer manifestantes quer duas enfermeiras da Cruz Vermelha que ali estavam a prestar apoio humanitário. Então os tiros são disparados dessa posição, os soldados estavam lá e se não foram eles de que forma estavam eles a proteger as pessoas como seria seu dever? Por outro lado porque é que o General se recusou a responder se as balas que atravessaram os corpos eram provenientes de equipamento utilizado pelas forças de segurança.
Passaram-se seis meses e nada se sabe, não há sinais da tão apregoada, desejada e necessária reconciliação e todos pretendem meter debaixo da alcatifa o pó que foi levantado na altura e os corpos daqueles que pereceram sejam eles vermelhos, amarelos, verdes ou azuis. O que deveria contar era só as três cores do Reino, Vermelho, Azul e Branco essas sim as que vêm unindo o povo ao longo dos anos.
Outro elemento que parece trabalhar também no sentido da desunião é o novo comandante supremo do exército que ontem afirmou que a manifestação anunciada para hoje dos vermelhos é indesejada, mas não o fez aquando há uns 10 dias os amarelos se manifestaram ás portas do parlamento nem em relação à manifestação que o PAD já anunciou para os próximos dias 23 a 25.
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