O alegado traficante de armas Viktor Bout foi ontem extraditado para os Estados Unidos numa operação relâmpago bem diferente da forma como todo o processo tinha sido conduzido até aqui.
Preso em Março de 2008 Viktor Bout viu o seu caso ser apreciado duas vezes pelos tribunais que negaram o apelo de extradição dos EEUU até que num terceiro apelo em finais de Agosto foi condenado a ser extraditado.
Como na altura relatei as autoridades americanas enviaram de imediato um avião para levar Bout mas o caso, sem que se entendesse muito bem porquê, parou alegadamente porque teria havido um novo pedido americano que deveria ser observado antes do tribunal se pronunciar em definitivo. Mistérios da justiça tailandesa sempre difícil de entender.
O facto é que o "meter os pés pelas mãos" das autoridades levou a que houvesse muitas especulações sobre as verdadeiras causas do "flop" da execução da sentença do tribunal.
Desta vez sem alarido nenhum, sem que a comunicação social conseguisse dizer o que quer que seja (ou até porque foi calada) o PM Abhisit decidiu extraditar Bout e no curto espaço de uma hora foi colocado num avião e "despachado" para os EEUU com a clara e bem visível presença de agentes da autoridade americanos a actuar livremente.
A própria mulher do prisioneiro só soube do que estava a acontecer quando chegou á prisão para visitar o marido e tomou conhecimento que este já estava metido num avião pronto a descolar.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo emitiu uma nota que distribuiu à comunidade Diplomática e á imprensa extremamente violenta. Lê-se na nota que o governo de Abhisit e as autoridades judiciais cederam a "uma pressão sem precedentes exercida pelos EEUU " para mais à frente afirmar que isso "é uma clara interferência na administração e na justiça facto que põe em questão a independência do sistema de justiça tailandês". Termina afirmando que "lamenta que as autoridades tailandesas tenham capitulado a pressões externas para levar a cargo a extradição ilegal de Viktor Bout". As autoridades russas afirmam ainda irem continuar a lutar por todos os meios possíveis para que a legalidade e a justiça seja feita neste caso e foi decidido accionar acções penais contra as autoridades tailandesas envolvidas neste caso em virtude da "grossa violação da lei".
Era sabido que não haveria solução simples para este caso mas o facto do executivo de Abhisit se ter exposto totalmente e deixado envolver na teia dos interesses das duas superpotências só mostrou a inexperiência de muitos e a falta de qualidade e independência do sistema de justiça local.
Sobre este diga-se que ontem, e quase ao fim de 6 meses, foi feito o primeiro anúncio sobre as investigações levadas a cabo para determinar quem teria sido o(s) causador(es) das mortes ocorridas durante os incidentes com os "camisas vermelhas" em Abril/Maio último. Esse anúncio não podia deixar de ser mais infeliz. Dos 89 casos em investigação (3 não o estão porque já foram anteriormente identificados os culpados) a comissão só conseguiu concluir sobre 12 e, coincidências, todas as mortes foram "causadas pró acção dos vermelhos". Há cerca de 45 dias ouvi, directamente da boca do Presidente da Comissão, eu e mais quatro pessoas presentes nessa reunião, exactamente o contrário.
Vícios privados transformados em virtudes públicas.
Preso em Março de 2008 Viktor Bout viu o seu caso ser apreciado duas vezes pelos tribunais que negaram o apelo de extradição dos EEUU até que num terceiro apelo em finais de Agosto foi condenado a ser extraditado.
Como na altura relatei as autoridades americanas enviaram de imediato um avião para levar Bout mas o caso, sem que se entendesse muito bem porquê, parou alegadamente porque teria havido um novo pedido americano que deveria ser observado antes do tribunal se pronunciar em definitivo. Mistérios da justiça tailandesa sempre difícil de entender.
O facto é que o "meter os pés pelas mãos" das autoridades levou a que houvesse muitas especulações sobre as verdadeiras causas do "flop" da execução da sentença do tribunal.
Desta vez sem alarido nenhum, sem que a comunicação social conseguisse dizer o que quer que seja (ou até porque foi calada) o PM Abhisit decidiu extraditar Bout e no curto espaço de uma hora foi colocado num avião e "despachado" para os EEUU com a clara e bem visível presença de agentes da autoridade americanos a actuar livremente.
A própria mulher do prisioneiro só soube do que estava a acontecer quando chegou á prisão para visitar o marido e tomou conhecimento que este já estava metido num avião pronto a descolar.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo emitiu uma nota que distribuiu à comunidade Diplomática e á imprensa extremamente violenta. Lê-se na nota que o governo de Abhisit e as autoridades judiciais cederam a "uma pressão sem precedentes exercida pelos EEUU " para mais à frente afirmar que isso "é uma clara interferência na administração e na justiça facto que põe em questão a independência do sistema de justiça tailandês". Termina afirmando que "lamenta que as autoridades tailandesas tenham capitulado a pressões externas para levar a cargo a extradição ilegal de Viktor Bout". As autoridades russas afirmam ainda irem continuar a lutar por todos os meios possíveis para que a legalidade e a justiça seja feita neste caso e foi decidido accionar acções penais contra as autoridades tailandesas envolvidas neste caso em virtude da "grossa violação da lei".
Era sabido que não haveria solução simples para este caso mas o facto do executivo de Abhisit se ter exposto totalmente e deixado envolver na teia dos interesses das duas superpotências só mostrou a inexperiência de muitos e a falta de qualidade e independência do sistema de justiça local.
Sobre este diga-se que ontem, e quase ao fim de 6 meses, foi feito o primeiro anúncio sobre as investigações levadas a cabo para determinar quem teria sido o(s) causador(es) das mortes ocorridas durante os incidentes com os "camisas vermelhas" em Abril/Maio último. Esse anúncio não podia deixar de ser mais infeliz. Dos 89 casos em investigação (3 não o estão porque já foram anteriormente identificados os culpados) a comissão só conseguiu concluir sobre 12 e, coincidências, todas as mortes foram "causadas pró acção dos vermelhos". Há cerca de 45 dias ouvi, directamente da boca do Presidente da Comissão, eu e mais quatro pessoas presentes nessa reunião, exactamente o contrário.
Vícios privados transformados em virtudes públicas.
1 comentário:
Um grande espectáculo de circo américo/ russo, cujo principal espectador foi o primeiro-ministro da Tailândia e como o Herodes: "daqui lavo as minhas mãos" e que os interessados (América - Rússia) que se acomodem.
O homem,certamente, não será refém, anos e anos, ou perpétuamente atrás das grades nos Estados Unidos...
Não tardará que a Rússia deite a mão a um américa e, servirá, como mercadoria de troca.
Em política, internacional, vale tudo, nem que seja necessário arrancar olhos.
Manuel Olho Aberto
Enviar um comentário