Apesar da "reconciliação", a perseguição e prisão de já cerca de 400 afiliados da causa vermelha serem os temas principais dos meios de comunicação social outras questões se colocam no horizonte a curto prazo no que respeita a solidez da coligação e as possibilidades do partido Democrata.
Devido ao recente falecimento de um Deputado Democrata por Bangkok, será necessário recorrer a eleições intercalares que terão lugar no final de Julho ou princípios de Agosto de acordo com data ainda a indicar pela Comissão Nacional de Eleições.
Estas eleições apesar de irem eleger um só membro para o Parlamento têm vários pontos novos e interessantes.
Pela primeira vez os democratas irão confrontar-se com o partido da Nova Política (PNP), o partido político constituído pelo movimento amarelo PAD. Para essas eleições o PNP já escolheu o candidato que será um famoso actor, Saranyu Wongkrachang, apostando na sua imagem televisiva que como se sabe ajuda sempre. O PNP disputa o mesmo eleitorado que os Democratas.
Por outro lado o Pheu Thai irá apresentar como candidato um dos líderes da UDD. Nathawut Saikua, que se encontra preso mas, ainda, não incriminado.
Este partido disse contudo que não contestará as eleições se o Estado de Emergência não for levantado. Aproveita-se das palavras ditas pelo PM Abhisit quando referiu que seria necessário o país voltar á normalidade antes de se poder realizar eleições. É um facto que levar a cabo eleições enquanto o Estado de Emergência está em vigor é um contra censo já que essa mesma lei proíbe ajuntamentos de mais de 5 pessoas e portanto sessões de esclarecimento não poderão ter lugar. Sabemos bem que os tailandeses cumprem pouco essas questões legais, como se viu durante dois meses com a manifestação vermelha, mas o facto é que tal lei é sempre um pretexto para os militares impedirem qualquer ajuntamento e portanto intervir na campanha.
Estas eleições serão um primeiro teste a essas duas questões que no fim de contas testarão o estado do partido no poder e isso é crucial para um dos mais importantes debates que se irá seguir em Agosto, a aprovação do orçamento.
Actualmente o partido no poder detém, com a coligação, 260 lugares no Parlamento enquanto a oposição conta com 197 o que aparentemente dá uma vantagem considerável. Contudo há que ver que desses lugares da coligação cerca de 50 estão neste momento debaixo do controlo de Nevin Chidchob, depois das brechas que se abriram no Puean Pandiin. Sabe-se bem, e os Democratas ainda melhor, que o Bhum Jai Thai (BJT) é um partido dedicado somente aos negócios e a obter fundos e benefícios para os seus membros e apoiantes. Diz-se que Nevin paga a cada deputado, debaixo do seu controlo, 200.000 bath mensais, vindos por certo de muitos projectos de obras públicas e outros aprovados pelos ministros do seu partido. O salário nominal de um Deputado anda á volta de 100.000 bath para alem de um conjunto grande de benefícios. Para se ter a noção de quanto é importante ganhar uma dessas posições note-se que um funcionário público ganha de início cerca de 8.000 e quando atinge uma posição de topo obterá no máximo 50.000.
Devido ao recente falecimento de um Deputado Democrata por Bangkok, será necessário recorrer a eleições intercalares que terão lugar no final de Julho ou princípios de Agosto de acordo com data ainda a indicar pela Comissão Nacional de Eleições.
Estas eleições apesar de irem eleger um só membro para o Parlamento têm vários pontos novos e interessantes.
Pela primeira vez os democratas irão confrontar-se com o partido da Nova Política (PNP), o partido político constituído pelo movimento amarelo PAD. Para essas eleições o PNP já escolheu o candidato que será um famoso actor, Saranyu Wongkrachang, apostando na sua imagem televisiva que como se sabe ajuda sempre. O PNP disputa o mesmo eleitorado que os Democratas.
Por outro lado o Pheu Thai irá apresentar como candidato um dos líderes da UDD. Nathawut Saikua, que se encontra preso mas, ainda, não incriminado.
Este partido disse contudo que não contestará as eleições se o Estado de Emergência não for levantado. Aproveita-se das palavras ditas pelo PM Abhisit quando referiu que seria necessário o país voltar á normalidade antes de se poder realizar eleições. É um facto que levar a cabo eleições enquanto o Estado de Emergência está em vigor é um contra censo já que essa mesma lei proíbe ajuntamentos de mais de 5 pessoas e portanto sessões de esclarecimento não poderão ter lugar. Sabemos bem que os tailandeses cumprem pouco essas questões legais, como se viu durante dois meses com a manifestação vermelha, mas o facto é que tal lei é sempre um pretexto para os militares impedirem qualquer ajuntamento e portanto intervir na campanha.
Estas eleições serão um primeiro teste a essas duas questões que no fim de contas testarão o estado do partido no poder e isso é crucial para um dos mais importantes debates que se irá seguir em Agosto, a aprovação do orçamento.
Actualmente o partido no poder detém, com a coligação, 260 lugares no Parlamento enquanto a oposição conta com 197 o que aparentemente dá uma vantagem considerável. Contudo há que ver que desses lugares da coligação cerca de 50 estão neste momento debaixo do controlo de Nevin Chidchob, depois das brechas que se abriram no Puean Pandiin. Sabe-se bem, e os Democratas ainda melhor, que o Bhum Jai Thai (BJT) é um partido dedicado somente aos negócios e a obter fundos e benefícios para os seus membros e apoiantes. Diz-se que Nevin paga a cada deputado, debaixo do seu controlo, 200.000 bath mensais, vindos por certo de muitos projectos de obras públicas e outros aprovados pelos ministros do seu partido. O salário nominal de um Deputado anda á volta de 100.000 bath para alem de um conjunto grande de benefícios. Para se ter a noção de quanto é importante ganhar uma dessas posições note-se que um funcionário público ganha de início cerca de 8.000 e quando atinge uma posição de topo obterá no máximo 50.000.
Nevin e o seu BJT são cruciais para a coligação liderada por Abhisit mas a sua posição de camaleões faz com que estejam em permanência a fazer valer esse seu apoio pedindo mais e mais ao PM.
O debate do orçamento é crucial para a distribuição desses fundos através dos partidos e também para a sobrevivência de Abhisit à frente do governo.
Para que o orçamento seja aprovado são necessários 237 votos favoráveis no parlamento e embora a coligação detenha os já referidos 260 lugares os membros do governo estão por lei impedidos de votar na questão do orçamento o que faz com que a coligação no poder só detenha 224 dos 237 votos requeridos.
Se nas próximas eleições, embora como mencionei se trate só de um lugar, os Democratas perderem a posição isso mostrará franqueza e levará as negociações do debate sobre o parlamento para um campo que poderá ser muito custosas para Abhisit e portanto para o seu partido.
Como uma vez aqui já referi estamos num momento na história da Democracia tailandesa de viragem com o redesenho do mapa dos partidos políticos com a ascensão dos pequenos partidos o que poderia à partido parecer positivo mas com os actores em cena, Nevin e similares, não se poderá obter grandes ganhos pois o que parece estar em desenvolvimento é o retorno á velha situação de partidos-empresas onde só conta o dinheiro que cada um consegue obter, como sempre á custa do contribuinte.
Tudo isto vai acontecer ao mesmo tempo em que vamos ter a tradicional saga das escolhas das novas posições de comando quer na polícia quer nas forças armadas que são outros das posições altamente disputadas (envolvendo milhões de bath) devido aos enormes benefícios que delas se pode tirar.
Convêm lembrar que a polícia vive há quase um ano com uma chefia interina já que Abhisit se viu impossibilitado de impor o seu candidato, numa luta que se diz ter envolvido pessoas extremamente importantes no país. Abhisit tem tido a vida muito dificultada com a polícia, sempre tida por próxima de Thaksin, ele próprio um general da polícia, mas parece estar a tentar fazê-la ainda mais complicada, ou então está a testar as águas, com a alegada criação de um posto especial no comando da corporação a ser atribuído ao seu "protegido" que tem estado a trabalhar com o CRES, o general Assawin. Este general aceitou fazer parte da estrutura do CRES quando Abhisit lá quis colocar um representante da polícia e o seu comando se mostrou renitente. A acção isolada de Assawin pode valer-lhe uma promoção mas também lhe vai criar algumas dificuldades na corporação.
Tempos interessantes.
O debate do orçamento é crucial para a distribuição desses fundos através dos partidos e também para a sobrevivência de Abhisit à frente do governo.
Para que o orçamento seja aprovado são necessários 237 votos favoráveis no parlamento e embora a coligação detenha os já referidos 260 lugares os membros do governo estão por lei impedidos de votar na questão do orçamento o que faz com que a coligação no poder só detenha 224 dos 237 votos requeridos.
Se nas próximas eleições, embora como mencionei se trate só de um lugar, os Democratas perderem a posição isso mostrará franqueza e levará as negociações do debate sobre o parlamento para um campo que poderá ser muito custosas para Abhisit e portanto para o seu partido.
Como uma vez aqui já referi estamos num momento na história da Democracia tailandesa de viragem com o redesenho do mapa dos partidos políticos com a ascensão dos pequenos partidos o que poderia à partido parecer positivo mas com os actores em cena, Nevin e similares, não se poderá obter grandes ganhos pois o que parece estar em desenvolvimento é o retorno á velha situação de partidos-empresas onde só conta o dinheiro que cada um consegue obter, como sempre á custa do contribuinte.
Tudo isto vai acontecer ao mesmo tempo em que vamos ter a tradicional saga das escolhas das novas posições de comando quer na polícia quer nas forças armadas que são outros das posições altamente disputadas (envolvendo milhões de bath) devido aos enormes benefícios que delas se pode tirar.
Convêm lembrar que a polícia vive há quase um ano com uma chefia interina já que Abhisit se viu impossibilitado de impor o seu candidato, numa luta que se diz ter envolvido pessoas extremamente importantes no país. Abhisit tem tido a vida muito dificultada com a polícia, sempre tida por próxima de Thaksin, ele próprio um general da polícia, mas parece estar a tentar fazê-la ainda mais complicada, ou então está a testar as águas, com a alegada criação de um posto especial no comando da corporação a ser atribuído ao seu "protegido" que tem estado a trabalhar com o CRES, o general Assawin. Este general aceitou fazer parte da estrutura do CRES quando Abhisit lá quis colocar um representante da polícia e o seu comando se mostrou renitente. A acção isolada de Assawin pode valer-lhe uma promoção mas também lhe vai criar algumas dificuldades na corporação.
Tempos interessantes.
Entretanto um jornal recordava hoje uma frase dita há anos pelo general Chavalit que referia que os governos passavam metade do tempo a recolher as populações isoladas e afectadas pelas cheias e a outra metade a tentar dar-lhes água para beber e utilizar nas culturas de arroz. Nenhum governo (por certo ele também não) fez um plano para que isso não acontecesse.
Com a mais dramática seca de há dezenas de anos a questão da água, para beber e para utilizar nas culturas, é neste momento uma questão vital e que está a "incendiar" muitos daqueles que simpatizam com a causa vermelha, fundamentalmente os agricultores do Nordeste do país, mas Bangkok continua a olhar para frases escritas no umbigo.
Com a mais dramática seca de há dezenas de anos a questão da água, para beber e para utilizar nas culturas, é neste momento uma questão vital e que está a "incendiar" muitos daqueles que simpatizam com a causa vermelha, fundamentalmente os agricultores do Nordeste do país, mas Bangkok continua a olhar para frases escritas no umbigo.
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