Todas as pessoas se questionam por que é que Abhisit se meteu nesta guerra na qual tem vindo a sofrer continuadas derrotas abalando seriamente a sua credibilidade.
Dizia-me ontem uma jornalista tailandesa que a partir do momento em que o PM afirmou, publicamente, que ele próprio se encarregaria de “fazer andar” a investigação sobre a tentativa de assassinato de Sondhi L., ficou refém não só da sua palavra mas pior, das pressões do PAD que continua a meter medo a todos.
Na realidade o movimento amarelo continua a existir como um fantasma na cena política tailandesa e não existe ninguém com capacidade de chamar os seus líderes à responsabilidade sobre os gravíssimos danos que causaram ao país. A simples ideia de que possam voltar para a rua, com toda a impunidade que gozam, e levem a cabo manifestações semelhantes, causa dores de cabeça na maioria dos governantes. São conhecidos os apoios de que gozam nas mais altas instâncias e sabe-se que se decidirem avançar para novas manifestações o governo terá (?) de utilizar os mesmos métodos que utiliza actualmente contra os “encarnados” e isso é certo causará grandes distúrbios e eventualmente confrontações violentas. Neste momento o PAD concentra as suas atenções, de novo, sobre o caso de Pharae Vihaern e anuncia ir fazer uma marcha este Sábado na zona do templo onde, segundo dizem, quer tropas inimigas quer populações ocupam território tailandês. O governo de Abhisit e o governo Cambojano já lançaram os seus avisos, o primeiro para que se abstivessem de qualquer manifestação e o segundo de que serão repelidos a tiro de canhão caso ousem entrar em território considerado do Camboja. Os comandos militares estão sobremaneira preocupados com as possíveis consequências da acção quer a nível nacional quer internacional. Note-se contudo que neste caso, e uma vez mais utilizando dois pesos e duas medidas, não foi a zona declarada ao abrigo do Internal Security Act como acontece com Bangkok neste fim de semana.
Mas voltando ao caso da eleição do Comando da Polícia, Abhisit, que tinha utilizando os métodos daqueles que ele condena para afastar todos os obstáculos no caminho da escolha do seu protegido, General Prateep, viu à última hora que afinal iria sofrer mais uma derrota e, segundo as informações que vieram cá para fora ainda maior do que da primeira vez. Desta vez seriam 6 contra e somente 3 a favor sendo que inclusive o Comandante interino que Abhisit colocou no lugar de Pathcharawat disse que iria votar contra.
Mais uma vez o PM mostrou os seus maus fígados, cortando breve a reunião e abandonando furioso, segundo as testemunhas oculares, o local refugiando-se até ao fim do dia no seu gabinete com o, seu conselheiro favorito do momento, o deputado Sirichock alcunhado de “wallpaper”.
A actual fragilidade de Abhisit levará a que a sua visita à AG das Nações Unidas, a partir do dia 20, seja marcada pelo isolamento e falta de importantes encontros bilaterais mesmo sendo ele o Presidente em exercício da ASEAN. Ecos disse já se fizeram sentir na imprensa.
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