terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ainda o Santika

Estranhamente "KA" é uma das formas de dizer Morte em tailandês

Felizmente não demorou muito a serem conhecidos os primeiros resultados da investigação levada a efeito pelo Ministério da Justiça sobre o caso do Santika, o clube que ardeu na passagem do ano e que levou consigo um numero que agora se estima em 66 pessoas.

O inquérito para já concluído o seguinte:

O Chefe-Adjunto do Crime Suppression Division da Polícia, Pol Col Prayapont Lasua era um dos maiores accionistas e desde o momento que comprou, ou lhe deram, as acções do complexo, em 17 de Setembro de 2006, dois dias antes do último golpe de estado, nunca mais houve nenhuma queixa contra os seus proprietários. Até aí tinha havido 47 por operarem sem licença.

Alguns dos accionistas tinham sido anteriormente presos por venderem álcool ilegalmente e operarem sem licença.

O Director-geral da empresa White & Brothers que geria o Santika, Suriya Ritrabhue, actualmente a monte, era nem mais nem menos do que um dos arrumadores de automóveis no estabelecimento (presume-se para não envolver o peixe graúdo).

A companhia não pagava a taxa devida sobre o consumo de álcool há cinco anos.

Durante esse período o clube arrecadou 250 milhões de bath e devia 25 milhões em impostos.

Também não pagava as taxas devidas á "junta de freguesia" local pelos letreiros luminosos nem os seus directores pagaram qualquer imposto sobre os rendimentos.

Igualmente foi revelado que o edifício que se encontrava instalado era destinado a habitação e que as obras de transformação foram feitas sem licença e nunca foram inspeccionadas após conclusão.

Por fim as assinaturas dos engenheiros que fizeram as alterações são falsas e por isso impossível de serem incriminados.

Parece estar-se perante um caso de altíssima corrupção, bem elaborado, pois só "oleando" as mãos de muita gente é possível passar impune durante tantos anos a tantos abusos legais.

Louve-se o Governo pela rapidez e clareza do inquérito e agora espera-se que o caso seja levado para a frente e não comecem a aparecer juízes a entender que não há meios suficientes de prova para levar por diante as acusações.

Abhisit e o seu governo têm mais uma grande oportunidade de mostrar que as suas palavras são seguidas com acções e que a Tailândia e as suas instituições, nomeadamente a justiça, funciona seja quem for que tenha de ser incriminado por práticas ilegais e criminosas.

Entretanto o vocalista dos Burn (premonitório nome da banda que actuou nessa noite fatídica), Saravuth Ariya, de 28 anos foi acusado de ter utilizado no concerto fogo de artifício que deu início ao fogo que provocou as mortes no clube. Foi-lhe concedido sair em liberdade mediante a caução de 1 milhão de bath ou seja cerca de 20.ooo €.

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