quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eleições Legislativas

Termina hoje o segundo dia para a apresentação das candidaturas para os lugares a preencher nas eleições legislativas.

Os cerca de 53 milhões de eleitores terá de votar duas vezes no próximo dia 3 de Julho ou a 26 de Junho dia para as votações antecipadas daqueles que não podem exercer o seu dever no dia agendado. Votam uma vez no candidato do seu círculo eleitoral (antes da revisão Constitucional de Fevereiro de 2011 havia vários candidatos em cada círculo) e uma outra no partido que preferem na lista nacional.

Acontece amiúde votar-se num partido a nível local e num partido diferente a nível nacional. A relação directa de um candidato com os eleitores do seu círculo eleitoral é por vezes mais forte do que a simpatia que esse mesmo eleitor possa ter por um determinado partido a assim acontece haver votos diferentes. Um dos casos que pude constatar directamente é o relacionado com candidatos do partido Bhum Jai Thai que nas eleições de 2007 foram eleitos pelo partido PPP (thaksinista). Muitos eleitores questionados sobre a tendência do seu voto diziam votar no candidato que anteriormente tinham eleito (embora actualmente sob diferente bandeira) mas ao mesmo tempo "queriam Thaksin" dizendo votar no partido que o apoia, o Pheu Thai.

Haverá, de acordo com a última revisão constitucional, 375 deputados eleitos em círculos uninominais e 125 deputados eleitos a nível nacional numa lista partidária única. O Pheu Thai é o único partido que concorrerá em todos os círculos eleitorais seguido pelos Democratas que irão falhar poucos círculos. De resto a maioria dos partidos concorrerá somente nos círculos onde esperam poder ter sucesso. A nível nacional haverá contudo muitos partidos a concorrer. No Parlamento recentemente dissolvido havia deputados de 9 partidos e no futuro não será muito diferente embora se apresentem dois ou três novos partidos com alguma possibilidade de elegerem um pequeno número de deputados.

A campanha avançou ontem no meio de acusações mútuas entre os dois principais partidos, o PT e os Democratas, fundamentalmente ao nível de segundos planos. Abhisit só se manifestou para mostrar o seu desagrado com a contestação que sofreu durante o dia de campanha por parte dos seus adversários solicitando à Comissão Eleitoral que tomasse medidas mas esta saiu em defesa dos opositores dizendo que a forma como protestaram era legítima e estava dentro do código de conduta eleitoral. O incidente fez com que o PM em exercício decidisse mudar por completo o seu corpo de segurança que desde hoje passará a estar confiado a um serviço especial em detrimento dos militares do Regimento de Infantaria 21 que prestavam aquele serviço até ontem.
Surpreendente foi uma sondagem, que vale o que valem as sondagens, publicada pelo The Nation (jornal bem próximo do poder) sobre as intenções de voto em Bangkok, onde tradicionalmente os Democratas vencem, e que mostrava, apesar de haver ainda uma maioria de 52% de indecisos, uma significativa vantagem da candidata do Pheu Thai. Os números são os seguintes: PT 25,8% vs Democratas 14,7% no que respeita a lista nacional. Quanto ás listas locais (Bangkok tem vários círculos) os números eram: 26,3% contra 15,2% favorável ao PT. Perguntados quem queriam ver como Primeiro-ministro os residentes de Bangkok entrevistados responderam: 26,9 % contra 17,4% a favor da jovem irmã de Thaksin. O comentário a esta sondagem, também repetido noutros jornais, era da dificuldade que os Democratas iriam ter para tentar manter a larga maioria de lugares detida na capital (30 contra 19 do PT).

Ainda faltam contudo cerca de 40 dias.

Sem comentários: