segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Verdade

Já passaram 10 meses e ainda continuam as investigações sobre os acontecimentos de Abril/Maio de 2010 nos quais morreram 92 pessoas.

Dois casos envolvendo estrangeiros têm merecido viva e enérgica manifestação de desagrado pelas missões dos respectivos países. As mortes do operador de câmara da Reuters, o japonês Hiroyuki Muramoto no dia 10 de Abril e do jornalista italiano Fábio Polenghi já em Maio continuam envolvidas em mistério da mesma forma que acontece com todos os outros, de nacionalidade tailandesa que pereceram nesses confrontos violentos entre o exército e os manifestantes vermelhos da UDD.

Ontem, Domingo o Departamento de Investigação Especial da Polícia (DSI), veio anunciar que a morte do repórter japonês se deveu a um tiro de AK-47 reafirmando mais que naquele fatídico dia 10 de Abril de 2010 o exército tailandês não utilizou esse tipo de armamento levando a crer que o tiro que o vitimou não partiu de nenhum soldado. Nada mais disse o DSI.

O assunto contudo está a gerar grande polémica que, irá por certo rapidamente desaparecer dos jornais, visto na semana passada o DSI ter anunciado que a bala que vitimou o repórter tinha sido disparada por uma M-16. Após quase onze meses de estudos forenses consegue saber-se o tipo de bala utilizado e em dois dias muda-se esse conhecimento adquirido naquele período. Para isso o DSI recorreu a um oficial do exército reformado que olhando para as fotografias do corpo do repórter concluiu, por certo sem dúvidas, que a bala tinha era proveniente de uma kalashinikov, a famosa AK-47 que por acaso o exército nesse dia tinha deixado nos quartéis.

A isso, segundo o Bangkok Post, não terá sido alheia a visita feita pelo número dois do exército ao DSI que segundo aquele jornal (edição de Domingo) ali se deslocou para reclamar contra as conclusões do DSI.

Contactei a Embaixada do Japão e fui informado da perplexidade em que se encontram visto terem visto, como eu também vi mostrado pela Comissão encarregue de encontrar a verdade sobre os acontecimentos de 2010, um vídeo que mostrava que a bala que atingiu Hiro (assim é o "nickname" do repórter) veio do local onde estavam, a disparar as tropas do regimento numero dois de infantaria. Como se pode ver em muitas fotografias existentes o repórter japonês atingido era sempre visto do lado dos manifestantes vermelhos e no momento que foi atingido, vê-se tal facto claramente no vídeo mostrado pela comissão governamental, estava bem no meio desse lado do confronto.

Se então a bala fatal foi de uma AK-47 e não de uma M-16 e aquelas não pertenciam ao exército (nesse dia) quem estaria no meio dos soldados a disparar ao ponto de matar Hiro? Os tais "homens de preto"? Quem são eles? Se não pertenciam ás hostes do exército como é que estavam com ele confundidos?

Muitas perguntas para tão poucas respostas e ainda falta o caso do Fábio sendo que a Embaixada da Itália e os familiares do jornalista já há muito perderam a paciência e tal como os japoneses iniciaram investigações próprias.

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