Na realidade no dia 1 de Julho ambos almoçaram na Baan Phitsanulok, um dos edifícios na Government House acompanhados do Vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban e do secretário do PM Niphon Prompan. Demasiada gente e num local tão evidente para poder passar desconhecido dos meios de comunicação social.
Mesmo assim Abhisit veio dizer que o encontro não teve nada a ver com a situação política e foi somente uma conversa de amigos!
Vieram agora a lume os temas discutidos durante o almoço:
- a possibilidade de se abandonar o plano dos autocarros que o BJTP quer
levar àvante e que está a causar tremendas dores de cabeça ao executivo
visto ter ficado claro junto da opinião pública que por detrás do plano
está o financiamento ao partido de Nevin - melhor coordenação entre os partidos da coligação para futuros projectos
obviando a que cada um puxe só para o seu lado - aumentar a trasnparência de funcionamento do Governo
- a possível remodelação governamental já há muito falada
Se isto não é temas políticos deveremos estar todos muito enganados. A questão que se põe é que uma vez mais Abhisit deixa fugir uma oportunidade de se autonomizar e garantir a clara liderança política. Já no rescaldo dos acontecimentos de Abril onde saiu com alguma imagem de vitória deixou que ela escapasse por entre as suas indecisões em poucos dias. Agora, e depois das sucessivas derrotas de Nevin nas eleições em Junho, Abhisit ganhou outra vez um espaço de afirmação independente mas uma vez mais não consegue avançar sem as muletas que aquele lhe vai chegando.
Outro exemplo desta dependência é o facto de o governo ter anunciado que, Abhisit irá visitar o Nordeste do país, zona não visitado por nenhum PM desde Thaksin, mas irá fazê-lo começando por Buriram, a província dominada por Nevin, uma decisão que está a gerar grande desconforto junto dos Deputados Democratas eleitos naquela região, que se vêem subalternizados em favor de um parceiro menor na coligação governamental. Um dos Deputados acusa mesmo o PM de se afastar dos seus correligionários, ameaçando demitir-se, dizendo que se o PM quer ajudar o Partido Democrata a ganhar votos no Nordeste é com os seus membros que tem de fazer campanha e não com os de outros partidos.
Todos sabem que Nevin é o "charme político" em pessoa e consegue exercer uma tremenda influência sobre os políticos na capital, o que lhe permite os muitos milhões de bath que distribuiu, mas ao mesmo tempo é muitas vezes tido por ser uma enguia das mais viscosas capazes de fugir quando muito bem quer e sem aviso para qualquer dos lados do espectro político.
Não são esses os aliados que Abhisit necessita para levar a cabo a sua política de reconciliação nacional e a tão necessária recuperação económica.
Abhsit com muitas das suas acções tem tentado imprimir um novo rumo, mais claro e mais transparente, à forma de razer política mas é por demasiado ingénuo (será que é a palavra correcta) na forma como se deixa, por vezes enredar, em cenários contraditórios.
Em Portugal temos o provérbio "Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és" que define estas situações.
1 comentário:
Portugal e Tailândia... politicas à parte, as mesmas preocupações.
Preocupa-me ver as pessoas cada vez mais alheias aos corredores do poder. Cada vez mais... não querem saber, conformadas com a sua muito democrática pequenez.
Como fazer perceber às pessoas que nem tudo tem que ser aceite como um facto consumado?
Um óptimo fim-de-semana.
Voltarei, sem dúvida.
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