Acabam de ser publicados os números do primeiro semestre na Tailândia e, um pouco como por todo o Mundo, não são nada positivos.
Vamos primeiro aos maus para podermos ficar com um bom gosto na boca no final.
As receitas fiscais tiveram um decréscimo significativo caindo 8,9% no primeiro trimestre e 9,1% no segundo e 15,7% em Fevereiro, 0,5% em Março e 19% em Abril. Refira-se que o ano fiscal tailandês começa a 1 de Outubro
As exportações tiveram igualmente um comportamento bastante negativo com quebras de 36,1% em Fevereiro, 26,8% em Março e 25% em Abril. No sector das receitas as maiores quebras verificaram-se no IVA, com a forque queda do consumo, e mos impostos das empresas devido à menor rentabilidade das suas operações.
O Turismo foi outro sector bastante afectado com quebras de 23,2%, 12,1% e 11,6% comparando com os dados do ano anterior para os meses já referidos. A taxa de ocupação das unidades hoteleiras baixou para níveis que, segundo sei saber, são incomportáveis para uma rentabilidade dos mesmos - 43.3%.
A produção industrial em geral sofreu quedas acentuadas, com relevo para o sector do aço e metais, 36,2% e automóvel, 35,1% mas em contraste o sector do tabaco teve um aumento de 56,3%. Sinais dos tempos difíceis, onde se fumará mais, ou sinal de que a política de combate ao tráfico de produtos ilegais está a produzir frutos? Outro dos sectores de grande importância para as exportações da Tailândia, o sector eléctrico e electrónico, sofreu uma queda de 21%.
A capacidade utilizada do sector industrial desceu para 56,6% comparando com 71,3% um ano atrás. Actualmente quase metade da capacidade instalada está parada ou não produz.
Contudo a taxa de desemprego oficial situa-se nos 1,3% o que parece pouco cível, tendo em vista os constantes layoff que acontecem, mas o facto de não haver um sistema de segurança social, faz com que os desempregados não sejam registados visto não poderem recorrer a nenhum esquema de apoio público. Esse só é facilitado aos funcionários públicos e de empresas estatais, ou então através de esquemas privados normalmente de multinacionais.
Contudo nem tudo é mau.
O país tem actualmente 65.905.410 pessoas das quais só 8,7% têm mais de 65 anos. A taxa de natalidade é de 13,4/1.000 e a de mortalidade de 7,17/1.000, Quase o dobro e dando ao país uma vitalidade para o futuro. A média de idade é de 33,3 anos e existe um grande equilíbrio entre os sexos embora actualmente nasçam mais homens do que mulheres.
O défice público está em níveis verdadeiramente sustentáveis e as reservas são sólidas. quanto ao défice público há que referir que estes dados são anteriores á aprovação no Parlamento, na semana passada, de duas leis que permitirão ao governo contrair empréstimos até ao valor de duas vezes 400 mil milhões de Bath, qualquer coisa como 8,5 mil milhões de Euros o que por certo, a efectivar-se na totalidade, irá afectar sobremaneira as contas públicas.
Um aspecto que em muitos países seria visto como negativo é o facto de 42,6% da população trabalhar na agricultura. Contudo isso não só contribui com uma forte componente para a exportação como é um elemento sobremaneira importante de fixação das populações nos meios rurais embora 33% da população já seja urbana.
O actual governo está fortemente empenhado na recuperação económica do país e os empréstimos ora garantidos no Parlamento serão utilizados em medidas de promoção da economia. Contudo, como se sabe, nem sempre este governo tem tido a capacidade de colocar as suas acções no mesmo patamar das palavras e por demasiadas vezes está tão embrenhado na sua sobrevivência e nas questões relacionadas com as divisões políticas no país para poder levar as suas intenções a bom porto.
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