Tak Bai é uma povoação na província da Narathiwat no Sul da Tailândia, infelizmente celebre pelo incidente que aí aconteceu e que tirou a vida a muitas pessoas.
Em Outubro de 2004, durante a governação de Thaksin Shinawatra, sete pessoas foram mortas num ataque feito pelas forças militares a uma mesquita local. Na sequência dos incidentes seis membros da povoação foram feitos prisioneiros, por alegadamente serem conspiradores e colaboradores dos terroristas, e ficaram detidos na prisão de Tak Bai.
Mais de um milhar de pessoas manifestou-se à porta da estação da Polícia solicitando a libertação daqueles que diziam ter sido presos sem razão.
No dia 25 as forças militares atacaram os manifestantes e procederam à prisão de 1.292 pessoas. De acordo com relatos da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, os detidos foram espancados, torturados, humilhados de variadas formas.
As forças militares decidiram transferir os detidos de Tak Bai para a província de Pattani para um campo militar onde ficariam detidos. Os detidos foram colocados, empilhados uns sobre os outros nos camiões militares em condições sobejamente conhecidas como sub humanas.
Nesse processo de transferência 78 pessoas encontraram a morte por asfixia devido às faltas de condições mínimas no transporte dos prisioneiros numa clara violação de todas as convenções internacionais que a própria Tailândia assinou e aderiu de livre vontade.
Nessa altura o PM Thaksin ainda teve o desplante de dizer que o facto de trem morrido se devia ao facto de se estar em pleno Ramadão e as pessoas estarem mais fracas.
O General Surayud, o PM saído do golpe militar de 2006 teve a honestidade de pedir desculpas aos familiares das vítimas e atribuiu uma verba a cada um dos familiares dos falecidos.
Entretanto os responsáveis pelos actos criminosos que ditaram a morte dessas pessoas acabaram agora, passados quase 5 anos por ser julgados.
E assim se teria feito justiça se não fosse o caso de todos terem sido absolvidos por o tribunal (um claro t pequeno) que os "julgou" durante este tempo todo.
Na sentença pode ler-se o seguinte: os militares e a polícia actuaram de acordo com a lei, utilizaram o seu julgamento para lidar com a situação de pressão e fizeram o seu melhor baseado nas circunstâncias da situação (sic). Na realidade, e ontem dizia-o no Bangkok Post, Voranai Vanijaka, a decisão do tribunal está conforme com a lei visto os militares estarem protegidos pelo Estado de Emergência e leis aplicáveis que lhes dão o poder de actuar sem que sejam feitos responsáveis pelos actos praticados enquanto tal situação existe.
Continua este articulista que a sentença está totalmente correcta de acordo com a lei tailandesa e que os familiares das vítimas poderão, se assim o entenderem, recorrer para o Tribunal Internacional dos Direitos Humanos.
Contudo o articulista deixa um pedido ás forças armadas tailandesas.
Depois de os saudar pelo facto de estarem prontos a defender o país solicita que quando se trata dos compatriotas, e no interesse do povo tailandês, quando se trata de tratar de assuntos internos que o façam pensando nos direitos das pessoas e das populações e que tenham em conta que são irmãos seus aqueles que estão na sua frente. Pode ser que entendam a mensagem.
Quem sai decididamente derrotado desta decisão judicial, que ao menos poderia ter condenado moralmente os autores de tremendo crime já que legalmente não o podiam fazer, é o Governo de Abhisit Vejjajiva que depositava alguma esperança numa decisão que de alguma forma apoiasse a sua intenção de encontrar uma forma de diálogo com o Sul que não passasse pelas armas só como é o que actualmente acontece. Abhisit anunciou no programa de Governo a criação de uma agência, civil, que seria quem iria regular e gerir as questões do Sul. De imediato os militares saíram a terreiro contradizendo a proposta do PM que até agora ainda não foi implementada e que com a decisão de hoje terá enorme dificuldade de o ser. Acrescenta-se que Abhisit perde, através desta decisão e do seu conteúdo, qualquer capacidade de entabular um diálogo construtivo com as gentes do Sul visto poucos irem, por certo, a partir de agora acreditar nas suas palavras.
Um dia triste para a Tailândia
Em Outubro de 2004, durante a governação de Thaksin Shinawatra, sete pessoas foram mortas num ataque feito pelas forças militares a uma mesquita local. Na sequência dos incidentes seis membros da povoação foram feitos prisioneiros, por alegadamente serem conspiradores e colaboradores dos terroristas, e ficaram detidos na prisão de Tak Bai.
Mais de um milhar de pessoas manifestou-se à porta da estação da Polícia solicitando a libertação daqueles que diziam ter sido presos sem razão.
No dia 25 as forças militares atacaram os manifestantes e procederam à prisão de 1.292 pessoas. De acordo com relatos da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, os detidos foram espancados, torturados, humilhados de variadas formas.
As forças militares decidiram transferir os detidos de Tak Bai para a província de Pattani para um campo militar onde ficariam detidos. Os detidos foram colocados, empilhados uns sobre os outros nos camiões militares em condições sobejamente conhecidas como sub humanas.
Nesse processo de transferência 78 pessoas encontraram a morte por asfixia devido às faltas de condições mínimas no transporte dos prisioneiros numa clara violação de todas as convenções internacionais que a própria Tailândia assinou e aderiu de livre vontade.
Nessa altura o PM Thaksin ainda teve o desplante de dizer que o facto de trem morrido se devia ao facto de se estar em pleno Ramadão e as pessoas estarem mais fracas.
O General Surayud, o PM saído do golpe militar de 2006 teve a honestidade de pedir desculpas aos familiares das vítimas e atribuiu uma verba a cada um dos familiares dos falecidos.
Entretanto os responsáveis pelos actos criminosos que ditaram a morte dessas pessoas acabaram agora, passados quase 5 anos por ser julgados.
E assim se teria feito justiça se não fosse o caso de todos terem sido absolvidos por o tribunal (um claro t pequeno) que os "julgou" durante este tempo todo.
Na sentença pode ler-se o seguinte: os militares e a polícia actuaram de acordo com a lei, utilizaram o seu julgamento para lidar com a situação de pressão e fizeram o seu melhor baseado nas circunstâncias da situação (sic). Na realidade, e ontem dizia-o no Bangkok Post, Voranai Vanijaka, a decisão do tribunal está conforme com a lei visto os militares estarem protegidos pelo Estado de Emergência e leis aplicáveis que lhes dão o poder de actuar sem que sejam feitos responsáveis pelos actos praticados enquanto tal situação existe.
Continua este articulista que a sentença está totalmente correcta de acordo com a lei tailandesa e que os familiares das vítimas poderão, se assim o entenderem, recorrer para o Tribunal Internacional dos Direitos Humanos.
Contudo o articulista deixa um pedido ás forças armadas tailandesas.
Depois de os saudar pelo facto de estarem prontos a defender o país solicita que quando se trata dos compatriotas, e no interesse do povo tailandês, quando se trata de tratar de assuntos internos que o façam pensando nos direitos das pessoas e das populações e que tenham em conta que são irmãos seus aqueles que estão na sua frente. Pode ser que entendam a mensagem.
Quem sai decididamente derrotado desta decisão judicial, que ao menos poderia ter condenado moralmente os autores de tremendo crime já que legalmente não o podiam fazer, é o Governo de Abhisit Vejjajiva que depositava alguma esperança numa decisão que de alguma forma apoiasse a sua intenção de encontrar uma forma de diálogo com o Sul que não passasse pelas armas só como é o que actualmente acontece. Abhisit anunciou no programa de Governo a criação de uma agência, civil, que seria quem iria regular e gerir as questões do Sul. De imediato os militares saíram a terreiro contradizendo a proposta do PM que até agora ainda não foi implementada e que com a decisão de hoje terá enorme dificuldade de o ser. Acrescenta-se que Abhisit perde, através desta decisão e do seu conteúdo, qualquer capacidade de entabular um diálogo construtivo com as gentes do Sul visto poucos irem, por certo, a partir de agora acreditar nas suas palavras.
Um dia triste para a Tailândia
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