A agendada reunião do Conselho de Segurança, reunido para discutir o conflito que envolve a Tailândia e o Camboja, aconteceu na noite de Segunda-feira em Nova York mas pouco produziu.
Como num jogo de futebol todos ganharam.
A Tailândia porque conseguiu que o CS não se envolvesse demasiado a ponto de enviar uma força de "peacekeepers"que ocupassem a área em disputa e afastassem os dois exércitos, como era solicitada pelo Camboja.
O Camboja ganhou porque conseguiu, finalmente, que o CS discutisse o assunto e também porque a recomendação saída da reunião aponta para uma mediação de terceiros, a presidência da ASEAN, aliás perto de uma possível interpretação do artigo 23 da Constituição da Associação.
A Indonésia, envolvida enquanto Presidente em exercício da ASEAN, também ganhou porque vê aumentar a sua já reconhecida capacidade para liderar na região. O MNE Marty Natalengwa aparece neste momento como uma pedra fundamental e quando convocou para o próximo dia 22 uma reunião extraordinária dos seus colegas da ASEAN, com o objectivo de discutir o conflito entre os dois membros, marcou definitivamente o ritmo ao qual os factos deverão acontecer e posicionou a associação num patamar superior ao que sempre nos habituou.
Para mim o único vencedor neste momento é a ASEAN pois cria-se um precedente com a reunião do dia 22. A ASEAN segue, bem ao contrário da União Europeia, o principio de total não interferência nos assuntos internos de um país. É raro ver a ASEAN ou o seu secretariado saírem em ajuda de qualquer assunto interno num estado membro com medo de tal passo poder ser mal interpretado do ponto de vista político. O actual secretário-geral, Dr. Surin Pitsuwan, um ex MNE tailandês de grande prestígio, tem vindo a tentar elevar quer a capacidade de acção quer de intervenção do seu "escritório" mas tudo tem sido feito com pinças de penas devido às sensibilidades entre os estados membros.
Pode afirmar-se que a primeira vitória obtida foi quando foi possível a ASEAN ter um papel determinante na ajuda humanitária após o ciclone Nargis na Birmânia e o actual momento pode considerar-se o segundo passo do fortalecimento da imagem do secretariado tão bem apoiado pelo MNE Marty.
Quem por certo perdeu naquele encontro de Nova Iorque foram a Tailândia e o Camboja pois pouco passavam 5 horas sobre o comunicado final onde era dito ás partes que o primeiro passo era o estabelecimento de um cessar-fogo, para eclodirem de novo escaramuças na fronteira causando vários feridos em ambos os lados.
O facto de o CS não ter emitido mais do que uma recomendação não faz das partes violadoras dos princípios da carta das Nações Unidas mas diz bastante das "boas" intenções dos negociadores e/ou da sua capacidade de transmitir às forças no local os seus desígnios.
Os jornais de ambos os países, com relevo para os tailandeses (já que os cambojanos não necessitaram tanto de propaganda interna), dedicam grande parte dos seus escritos a enaltecer a "vitória" do governo Abhisit e a requerer que os cambojanos regressem à mesa das negociações. Lembre-se que estes sempre disseram Não pois acusam o sistema legal tailandês de ineficiente, e as reuniões de inúteis, já que as minutas das reuniões de 2008 (!) ainda estão por aprovar travando todo e qualquer progresso. De um lado os tailandeses pretendem continuar neste jogo arrastando a questão mas alegando que se está a negociar e portanto nada mais deve ser feito, enquanto os cambojanos recusam visto quererem avançar com o processo do templo junto da UNESCO e dizem não poder esperar pela burocracia tailandesa.
Veremos agora o resultado da reunião dos MNE da ASEAN a 22 de Fevereiro mas o certo é que esta é já por si uma vitória da associação, da sua Presidência e do seu secretariado.
Como num jogo de futebol todos ganharam.
A Tailândia porque conseguiu que o CS não se envolvesse demasiado a ponto de enviar uma força de "peacekeepers"que ocupassem a área em disputa e afastassem os dois exércitos, como era solicitada pelo Camboja.
O Camboja ganhou porque conseguiu, finalmente, que o CS discutisse o assunto e também porque a recomendação saída da reunião aponta para uma mediação de terceiros, a presidência da ASEAN, aliás perto de uma possível interpretação do artigo 23 da Constituição da Associação.
A Indonésia, envolvida enquanto Presidente em exercício da ASEAN, também ganhou porque vê aumentar a sua já reconhecida capacidade para liderar na região. O MNE Marty Natalengwa aparece neste momento como uma pedra fundamental e quando convocou para o próximo dia 22 uma reunião extraordinária dos seus colegas da ASEAN, com o objectivo de discutir o conflito entre os dois membros, marcou definitivamente o ritmo ao qual os factos deverão acontecer e posicionou a associação num patamar superior ao que sempre nos habituou.
Para mim o único vencedor neste momento é a ASEAN pois cria-se um precedente com a reunião do dia 22. A ASEAN segue, bem ao contrário da União Europeia, o principio de total não interferência nos assuntos internos de um país. É raro ver a ASEAN ou o seu secretariado saírem em ajuda de qualquer assunto interno num estado membro com medo de tal passo poder ser mal interpretado do ponto de vista político. O actual secretário-geral, Dr. Surin Pitsuwan, um ex MNE tailandês de grande prestígio, tem vindo a tentar elevar quer a capacidade de acção quer de intervenção do seu "escritório" mas tudo tem sido feito com pinças de penas devido às sensibilidades entre os estados membros.
Pode afirmar-se que a primeira vitória obtida foi quando foi possível a ASEAN ter um papel determinante na ajuda humanitária após o ciclone Nargis na Birmânia e o actual momento pode considerar-se o segundo passo do fortalecimento da imagem do secretariado tão bem apoiado pelo MNE Marty.
Quem por certo perdeu naquele encontro de Nova Iorque foram a Tailândia e o Camboja pois pouco passavam 5 horas sobre o comunicado final onde era dito ás partes que o primeiro passo era o estabelecimento de um cessar-fogo, para eclodirem de novo escaramuças na fronteira causando vários feridos em ambos os lados.
O facto de o CS não ter emitido mais do que uma recomendação não faz das partes violadoras dos princípios da carta das Nações Unidas mas diz bastante das "boas" intenções dos negociadores e/ou da sua capacidade de transmitir às forças no local os seus desígnios.
Os jornais de ambos os países, com relevo para os tailandeses (já que os cambojanos não necessitaram tanto de propaganda interna), dedicam grande parte dos seus escritos a enaltecer a "vitória" do governo Abhisit e a requerer que os cambojanos regressem à mesa das negociações. Lembre-se que estes sempre disseram Não pois acusam o sistema legal tailandês de ineficiente, e as reuniões de inúteis, já que as minutas das reuniões de 2008 (!) ainda estão por aprovar travando todo e qualquer progresso. De um lado os tailandeses pretendem continuar neste jogo arrastando a questão mas alegando que se está a negociar e portanto nada mais deve ser feito, enquanto os cambojanos recusam visto quererem avançar com o processo do templo junto da UNESCO e dizem não poder esperar pela burocracia tailandesa.
Veremos agora o resultado da reunião dos MNE da ASEAN a 22 de Fevereiro mas o certo é que esta é já por si uma vitória da associação, da sua Presidência e do seu secretariado.
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