sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ultimo dia do Issan tour

Domingo passado, agora vejo como estou perguiçoso pois hoje já é Sexta-feira e só agora escrevo, foi o ultimo dia do passeio pelo Issan.

De Nakhon Phanon em direcção a Udon Thani, no único dia em que choveu copiosamente. Paramos em Sakhon Nakhon para ver um templo e a chuva caía como só o faz em climas de tipo tropical. Nada para estranhar pois estamos na estação das chuvas que vai mais ao menos do inicio de Maio ate ao final de Outubro.

A chuva e a água em geral fazem parte da vida deste povo e ninguém se preocupa muito com isto. Para além disso a temperatura anda sempre por volta dos 30 graus e a roupa seca logo de seguida. No maior exportador mundial de arroz viver sem agua é impensável e por isso ela esta sempre presente e é bemvinda.


Durante todo o percurso tivemos a sua companhia e algumas vezes o céu estava tão preto que já parecia noite.

A maior atracção deste dia foi a visita a Ban Chiang, o local, como já referi, onde se encontram os mais antigos vestígios de vida naquilo que é actualmente a Tailândia. As escavações recentes mostram vivências que datam de mais de 4.000 A.C.



Tendo sido registado pela UNESCO como Património da Humanidade, Ban Chiang, tem um Museu onde estão expostas as peças encontradas e um outro edifício onde se pode ver partes das escavações com os, ainda intactos esqueletos dos habitantes, como referi entre 3.500 e 4.400 anos A.C.

Chagado a Udon, uma importante província do Nordeste por se encontrar na rota para a capital do Laos, Vientiane, houve que fazer um pouco de tempo para ir apanhar o avião de volta para Bangkok.





Aproveitou-se para visitar a Udon Sunshine Fragrant Orchid Farm onde, acreditem ou não, num viveiro de orquídeas existem umas plantas cujas folhas dançam quando ouvem musica. Eu vi e por isso o relato. Já tinha visto plantas carnívoras, comedoras de insectos, girassois que se enamoram com o sol e ficam "tontos" por ele, agora vi plantas que dançam.


Avião para Khrung Thep ou seja, para casa, krab ban (em thai ), e non (dormir).

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O Senhor que se segue


Ontem Portugal carimbou o passaporte para os quantos de final do Euro 2008, graças a indiscutível vitoria sobre a Republica Checa e por cortesia da vitoria da Turquia sobre a Suiça.

Isso dá-nos igualmente o primeiro lugar no grupo A o que fará, com que, em principio, evitemos jogar com a Alemanha nos Quartos de Final. Depois nas meias logo se verá pois cada jogo deve vir a seu tempo.

Antes disso ainda temos a Suiça, que será uma oportunidade para rodar e descansar jogadores.

Uma palavra tem de ser dada à fantástica "nova comunidade" Luso-Brasileira.

Scolari primeiro, Pepe no dia da abertura contra a Turquia e ontem Deco. Três Viriatos de grande calibre.

Triste saber que o primeiro vai para o Chelsea, mas como este sempre foi o meu clube favorito em Inglaterra fico satisfeito. Veremos quem será o escolhido para continuar o trabalho que o Filipão vem fazendo já lá vão mais de 4 anos. Goste-se ou não dele o facto é que os resultados falam por si e eu aprendi, nos meus tempos de dirigente, que a única coisa que conta no futebol é que a bola passe a linha de golo na outra baliza. O resto é discussão de bancada.

Outro mal amado, Gilberto Madaíl, parece também estar de saída cansado, como diz um jornal em Bangkok, com as politiquices locais.

Como eles sabem tão bem o que se passa em Portugal. não acrescentam é que infelizmente não se pode ter sucesso no nosso país pois isso gera logo demasiadas invejas.

Só espero que os novos timoneiros na Federação e Selecção consigam ser independentes e não se afundem nas areias movediças do futebol português.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Dia de Portugal


Ontem realizou-se em Bangkok mais um Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, ou da raça como, ao que parece, outros a ele se referiram.

Porque o Combustões relata o acontecimento deixo tão simplesmente aqui esse link com a devida vénia.

Pelo Mekong acima


Mais um dia e caminho Mekong acima até Nakhon Phanom outra Província fronteiriça com o Laos ali mesmo do outro lado do rio e de onde se ouvem as vozes e os sons da música.


O Mekong apesar de ser um rio, como já referi, de largura, neste sector que visitei, inferior á existente no Tejo em Lisboa, é berço para peixes de grandes dimensões e fonte de alimentação para milhões de pessoas ao longo do seu percurso.

Nakhon Phanom é uma das cidades que tenho sempre dificuldade em lembrar o nome exacto visto haver aqui na Tailândia cidades, capital de Província, com os nomes quase iguais. Nakhon Phanon, Nakhon Pathon, Sakhon Nakhon, Nakhon Sawan, Samut Sakhon, isto porque nakhon é uma das várias palavras usadas para dizer cidade.

Nessa viagem até Nakhon Phanon passamos por Mukhdahan outra das cidades de fronteira e por onde passa a principal estrada que liga a Tailândia com o Vietname através do Laos. Com o nome desta capital de província existe outro cuidado com a pronuncia pois se em vez de correctamente usarmos o n no final usarmos um m estamos a dizer um "aceitável" palavrão. Dificuldades da língua tailandesa.

Neste caminho até Nakhon Phanon utilizamos uma estrada secundaria e para meu espanto no meio dela vejo uma procissão católica. Aliás no dia seguinte, também perto de Nakhon, passei por duas igrejas e por um seminário com o nome Fátima. A comunidade católica na Tailândia não é muito grande mas tem algum peso especialmente na capital, agora pouco sabia da presença nesta região. Em Bangkok uma das mais prestigiadas e ricas universidades é a Assumption que é católica.


O principal templo budista, considerado um dos mais importantes no país, é o existente em That Phanom e que para além da sua beleza tem a característica de o Chedi ou Pagoda ter dimensões invulgares e uma forma algo diferente do normal. Este Chedi alberga relíquias de Lord Buddha.

O Wat aloja um número muito grande de monges e atrai sempre muitos visitantes de todo o país e do Laos para rezarem, fazerem o wian, as voltas tradicionais que são feitas em redor do Ubosod ou mais correntemente Bod o edifício principal num templo.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Segundo dia


Depois de sair de Ubon, mas ainda nesta província, a maior da Tailândia, segui em direcção a Khon Chiam, o local onde os Rios Mun e Kong se juntam e forma um só.

Nós conhecemos o rio por Mekong mas na realidade o nome dele é Kong,visto que Mae ( lê-se mé ) significa exactamente Rio. Os locais dizem que os rios tem duas cores e, com um bocado de jeito, pode-se ver que o Mun é mais verde do que o Kong mas na realidade estão ambos com tanta lama que ficam muito mais amarelados da terra do que azuis e verdes do céu e da vegetação.

De qualquer modo é um local bastante aprazível e bonito de se apreciar.

O Mekong, chamemos-lhe assim, é um rio de grande importância para toda a região e banha actualmente 6 países passando desde a nascente na China por Burma, Laos, Tailândia, Cambodja e Vietname onde desagua no Mar da China. É uma das principais fontes de vida na região e delimita a fronteira em muitos momentos do seu percurso, por vezes entre três países ao mesmo tempo.

Não sendo um Rio de grande largura, o outro lado está sempre bem visível, é um rio que vem sempre cheio de água, especialmente na época das chuvas, mas nunca apresenta baixos níveis. A sua navegabilidade e abundância em peixe fazem dele não só uma rota de mercadorias mas uma fonte de alimentação durante todo o percurso.

Por outro lado as várias barragens ao longo do percurso, especialmente no Laos são uma fonte de riqueza adicional e fornecem bastante energia na região.


Depois dos"dois rios" fui ver o Parque Natural de Pha Taem onde uma das principais atracções é a cascata da Soie Sawan. Para além da beleza é um excelente exercício para lá chegar visto se ter de andar cerca de mil metros e depois descer aos confins da terra para, aí em baixo, ver a água a cair sobre nós. Claro que o pior é que se tem de subir depois.

Saímos de Pha Taem em direcção á fronteira com o Laos em Chong Mek, onde apesar de um imponente posto fronteiriço vi os locais a atravessarem a fronteira para lá e para cá sem que alguém os interpelasse. Talvez possuíssem algum salvo conduto mas o facto é que não vi. Assim se faz a vida dos mercados fronteiriços e amizades.

Foi aí que tive a surpresa de ver num Tuk Tuk uma toalha com o símbolo da Federação Portuguesa de Futebol e quando pedi ao motorista que me deixasse tirar uma fotografia logo outro disse Potuguete ( que é a forma como se diz aqui Portugal). Fiquei como devem acreditar ridente isto numa altura em que os Tailandeses, á falta da presença da Inglaterra no Euro 2008, e por causa do Ronaldo ( não há nenhum dia em que a foto dele não apareça nos jornais ), dizia, os Tailandeses, apoiam a Nossa Selecção.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Cal




Durante este fim de semana prolongado tive a oportunidade de ler Cal do autor José Luís Peixoto que eu desconhecia embora esteja, apesar de novo, traduzido e editado já pelo Mundo fora

Que escrita tão envolvente. JLP em contos, poemas e numa peça de teatro, tudo isto em Cal, fala de vidas, da vida, incluindo experiências da própria, de uma forma que há muito não sentia, não lia.

A sua prosa parece poesia e a forma como descreve, nas personagens os seus cantares, falares e gestos, fazem delas seres de um filme. Parece conseguir trazer todas essas formas descritivas para o papel com tamanha simplicidade que nos faz ver as cores da sua escrita e os cheiros dos seus andares.

Sem duvida alguma para lerem e apreciar.

Euro 2008

Não posso deixar de falar da brilhante, assim a considero, exibição da nossa selecção no jogo contra a Turquia.

Apesar de os termos batido em 2000 e em 1996, nunca ia ser fácil devida à qualidade e determinação dos jogadores Turcos e por ser o jogo de estreia onde se vai ver, a sério, se aquilo que se trabalhou durante o estágio foi assimilado.

Vi o jogo até cerca das 3.45 da manhâ em Nakhon Phanom, mas depois dormi tranquilo com a forma clara como o grupo dominou a partida.

Normalmente salienta-se este ou aquele jogador mas só deixava dois comentários pois todos eles foram uma equipa.

João Moutinho foi, segundo a estatística, o jogador português que mais kilometros percorreu, sempre em movimento de área a área e Paulo Ferreira foi aquele que menos vezes atravessou a linha que divide as duas metades tendo-se remetido mais a tarefas defensivas.

Deixo-vos uma fotografia deliciosa daquilo que encontrei num TukTuk na fronteira entre a Tailândia e o Laos, em Chong Mek, como se diz em português, atrás do sol posto.

Nova Semana

De regresso a Bangkok, onde aterrei ontem a noite num vôo de Udon Thani uma província do Norte Issan.

Issan é o nome que se dá ao Nordeste da Tailândia, terra em tempos reclamada pelo Laos, e que alberga uma parte muito significativa da população apoiante do ex primeiro ministro Thaksin Shinawatra. As pessoas do Issan são normalmente consideradas de baixa classe visto ser aqui que vive a maioria dos agricultores e onde se produz a maior quantidade de arroz no pais. Contudo algumas das maiores cidades do pais estão aqui situadas como Nakon Ratchasime, Khon Kaen e Ubon Ratchatani.

É também aqui que se encontram os mais antigos vestígios de qualquer presença naquilo que é actualmente a Tailandia, datando tais descobertas de cerca de 4.000 anos antes de Cristo. Encontramos o resulktado das escavações no Parque Archeológico de Ban Chiang.

Esta zona do pais é também a zona de passagem de pessoas e bens para o Laos e especialmente para o Vietname através da fronteira em Mukdahan e da nova estrada que atravessa transversalmente toda a região até Da Nang.

Por falar em estrada, percorri largas centenas de kilometros sempre em boas estradas, mesmo quando foram usadas as secundárias, e não vi um único acidente.
Comecei pelo templo de Prasat Khao Phra Vihan , como referi anteriormente, um templo Hindu/Khmer do século X e que foi recentemente requerida a sua listagem como pertença ao Património da Humanidade.




Embora se situe no Cambodja a entrada é feita pela Tailândia e a fronteira inexistente. Na fotografia a esquerda pode ser visto o "posto fronteiriço" para quem vem do Cambodja para a Tailândia.





De "regresso" a Tailândia, dirigi-me de novo para Ubon onde pernoitei. Ubon Ratchathani é uma das maiores cidades no Issan com uma populacao de cerca de 2 milhões de pessoas e onde todos os anos durante o mês de Julho se celebra o festival da vela, símbolo da Cidade


O primeiro dia deste passeio terminou aqui.