quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Chófer e Trintanário(s)

Já mais de uma vez me referi ao "poder" dos desenhos caricaturais e o publicado ontem no The Nation é extremamente ilustrativo sobre quem está na condução.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Populismo?

O governo de Abhisit Vejajjiva na sua reunião de ontem mostrou ao país que não só está preocupado e empenhado nas eleições intercalares do próximo Domingo como está a pensar já nas eleições que irá convocar no próximo ano se tudo correr de feição neste dia 12.

Assim, o Concelho decidiu o seguinte:

- Uma linha de crédito individual até 5 milhões de baht para taxistas e moto-taxistas (eternos aliados dos vermelhos) para "melhorar as suas condições de vida" segundo se lê na decisão;

- Manutenção do preço do diesel (artificial) abaixo da barreira psicológica dos 30 baht/litro;

- Inclusão dos 24 milhões de trabalhadores com contractos de trabalho temporário no sistema de segurança social contribuindo os trabalhadores com 100 baht/mês e o governo com o restante;

- Aumento do salário mínimo em 11 baht dia, já a partir deste dia 9. A Federação da Indústria já afirmou que esta medida terá como consequência o aumento dos custos de produção em 5%;

- O Ministério do Comércio foi entrtetanto encarregado de assegurar que o preço dos bens essenciais de alimentação não sofre aumentos;

Numa decisão separada, o Ministro do Interior, afirmando não necessitar de alterar o seu orçamento visto ter verbas acessíveis de outras rubricas orçamentais e portanto ter autonomia para tal, decidiu aumentar os executivos das autarquias em 100% (não é engano é 100 – cem -).

Saúdam-se todas estas medidas que ajudam o povo mas fica sempre, para além da certeza do verdadeiro objectivo, em nada escondido, uma pergunta!

Porque é que quando estava na oposição o partido Democrata criticou fortemente medidas exactamente iguais (o apoio aos taxistas foi mesmo menor - 1 milhão) tomadas pelo partido do poder na altura, o partido de Thaksin?

Quando será que, em todo o mundo, já que isto não se passa só na Tailândia, os partidos políticos e os seus líderes, irão ser chamados a assumir a responsabilidade pelas suas palavras e afirmações. Qual será o sistema político que permitirá àqueles que votam terem no poder gente de uma só palavra e interessada em servir os interesses daqueles que no fim pagam os seus salários com o seu trabalho e os seus impostos?

Repito isto acontece quer aqui quer em Portugal quer em qualquer outro país do Mundo tenha ele o regime político que tiver.

Entretanto o Programme for International Students Assessment (PISA) 2009 da OCDE acabou de vir a lume e traz muito más notícias para o país. Num universo estudado de 65 países a Tailândia queda-se por um muito modesto 50 º lugar com todas as notas significativamente abaixo da média registada (422 vs 492 em leitura, 422 vs 496 em ciências e 419 vs 496 em matemática básica).

Há muito para reflectir, muito para trabalhar e muito para mudar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

83 Aniversário do Rei Rama IX

A vida corre calma em Bangkok e as comemorações do 83 aniversário do Rei Rama IX decorreram sem incidentes e com a pompa habitual.

O reverendo monarca deixou uma vez mais o hospital onde se encontra desde Setembro de 2009, a segunda vez num muito curto espaço de tempo, para se dirigir ao Palácio adjacente ao Templo do Buda Esmeralda onde na sala do trono conhecida pelo nome de Amarin Winitchai, recebeu os dignitários e para eles, e para todo o povo através da Televisão, falou durante cerca de 7 minutos deixando uma mensagem simbólica sobre o dever dos tailandeses pensarem nos outros e praticarem o bem colectivo.

Numa altura em que as divisões existentes na sociedade continuam fortes e bem visíveis a mensagem foi bem escolhida já que nenhum grupo, nenhuma cor ou sentido político se pode dela apropriar pois ela é dirigida a todos os tailandeses de todos os cantos do país e sectores da sociedade.

Do ponto de visto da especulação política, que sempre é feita nestes momentos, a aparição do Rei um público foi comparada com a última que aconteceu ao mesmo local, aquando da celebração dos 60 anos do seu casamento. Os principais comentários aparecem relacionados com a forma como a televisão cobriu o acontecimento. Na anterior visita a Rainha era constantemente foco de "clos-ups" e as câmaras focaram os intervenientes principais. Chai Chidchob, o presidente do Parlamento, Abhisit, o PM e o general Anupong, à altura o Chefe do Estado-maior do exército, isto para alem dos outros membros da família real presentes.

Nesta última saída do Rei, em tudo semelhante com a anterior, a Rainha nunca foi focada, aliás foi sempre vista num muito discreto plano, embora se pudesse observar estar mais magra e eventualmente fatigada, (note-se que este é a primeira aparição pública da Rainha desde que saiu do hospital de Chulalongkorn, faz mais de dois meses). Quem mereceu honras de focagens mais de perto foi o Príncipe herdeiro, Chai, Abhisit mas desta vez nem uma imagem do novo, todo-poderoso CEMA, Prayuth Chan-ocha.

Nas ruas acotovelavam-se muitas pessoas ávidas de verem "o seu Rei" e de o saudarem com o habitual "longa vida Majestade". O dia terminou com uma grande manifestação promovida pelo Governo, onde estavam todos os dignitários e funcionários superiores, cerimónia que aconteceu ás 7:29 da noite, uma hora considerada auspiciosa para o Monarca. Nessa festa foram lançados 84.000 balões, um número impressionante e relativo ao início dos 84 anos do Rei altura em que completa o 7º ciclo da sua longa vida.

Até ao final da semana haverá um pouco por todo o país celebrações relativas à ocasião mas já nenhuma mais contará com a presença do Monarca que, por exemplo hoje, se faz representar na recepção ao corpo diplomático pelo herdeiro o Príncipe Vajiralongkorn.

Dois outros eventos agitam também a capital.

As próximas eleições intercalares no próximo Domingo onde a coligação no poder testa a força actual do partido da oposição e a esperada visita de Thaksin Shinawatra, na próxima semana e a convite do Senado americano, a Washington DC, para testemunhar num painel de Direitos Humanos acerca dos acontecimentos recentes na Tailândia. O Ministro Kasit já começou de novo a agitar a questão da extradição do fugitivo ex PM dizendo que o acusador público deveria actuar mas este já disse que isso não era um assunto deles, como se solicitar a extradição de uma pessoa não tenha de ser devido àquele estar acusado de um crime que tal o justifique e portanto necessite de um mandado internacional de captura para tal.

O facto é que a Tailândia nunca solicitou à Interpol a captura do condenado Thaksin, apesar de tal facto ter sido anunciado vezes sem contas pelo MNE Kasit, e será extremamente improvável que o consigam fazer a tempo desta vez, isto para não se referir o mérito ou não dum eventual pedido.