sábado, 15 de maio de 2010

Ainda Sábado

Embora o dia tenha estado mais calmo, tendo mesmo o CRES dito que várias zonas da cidade estavam controladas pelo governo, o facto é que continua a haver confrontos e até ao momento já se contam 6 mortos e 31 feridos.

O PM veio à televisão para reafirmar o que sempre diz ou seja que as tropas actuam dentro do total cumprimento das regras e de acordo com a lei. De facto a Lei de Emergência permite certa imunidade aos militares e a decisão do gabinete de 2 de Maio que aprovou, dentro do Estado de Emergência, a autorização para o uso de balas contra os manifestantes fecham o circuito de impunidades. Não sou especialista, mas ainda não há uma hora uma amigo, que o é, dizia-me que o governo estava a violar as leis internacionais no que respeita à forma de lidar com manifestações em zonas urbanas. Logo que obtiver detalhes voltarei a este assunto.

Para além disso o PM veio dizer que não se deve estar a "contar os mortos" pois isso só aumenta a divisão no país e pode criar mal entendidos nas gentes da província, os eternos "analfabetos" para as gentes de Bangkok.

Os incidentes de hoje estiveram básicamente em duas frentes: as traseiras de Rajaprasong, ou seja entre esta área e Makkassan e Bon Kai a zona a este do Suan Lum Night Bazar. Bon Kai é uma zona preveligiada para os vermelhos actuarem pois o seu emaranhado de ruas permite os movimentos e as escapadas com mais facilidade. O CRES anunciou que nessa area os militares abateram, "com um só tiro" (qual filme de cowboys), um sniper que se encontrava num prédio no local.

Os snipers parece serem a grande atracção e não é raro ver-se pessoas a olharem para o alto dos prédios à sua procura. Ontem um turista australiano avistou dois snipers no Charn Issara de Rama IV tirou as fotografias e depois deu-as à comunicação social.

O barulho de tiros e de pequenas explosões, os fumos e as sirenes são constantes nesta parte da zona interdita da cidade.

O PM disse também que é dever do governo continuar a sua acção para reposição da ordem e da segurança da população. Presume-se, como sempre é dito pelos seus apoiantes amarelos, que os vermelhos não são tailandeses ou se são não interessam a este país, como alguém muito importante disse não há muito tempo.

Sábado 15

O CRES anunciou que deixará de emitir informações antecipadas sobre as suas acções ao mesmo tempo que vai havendo incidentes em várias zonas da cidade fora da zona delimitada pelos militares com apoiantes dos vermelhos a fazerem bloqueios para impedirem movimentações de tropas.

Houve uma actualização do número de fatalidades nos acontecimentos de ontem e contam-se agora 16 mortos e 141 feridos. Os mortos são todos manifestantes da UDD.

O Bangkok Post tem como título da primeira página "Guerra em Bangkok" o que por si diz tudo.

O Secretário-Geral das Nações Unidas Ban Ki-Moon apelou a ambas as partes para cessarem as actividades e iniciarem um diálogo, única forma de tentar encontrar uma solução pacífica para o país.

Não é perceptível que a situação encontre alguma acalmia hoje pois nenhuma das partes deu algum sinal de que isso pudesse acontecer.


Resumo do dia


O Centro de Emergência Erawan, centro oficial que relata os acidentes desde que começaram os confrontos entre forças aliadas do governo e os manifestantes, anunciou ao fim da noite que durante os combates desta Sexta-feira morreram 7 pessoas tendo ficado 101 feridas sendo que 9 estão em condições consideradas críticas.

Isto eleva o número de mortos para 37 e dos feridos para mais de 1.500.

Os comandos militares justificam a acção como uma caça a terroristas mas o facto é que têm encontrado pela frente gente sem outras armas do que as que ou roubaram aos próprios militares e polícias ou fizeram de forma artesanal. Há inúmeros vídeos e imagens que mostram isso.

Nos acontecimentos de 10 de Abril houve, é sabido, elementos alheios, que se envolveram nos confrontos e foram os maiores causadores das mortes e acidentes desse dia. Vários elementos do exército, incluíndo o seu chefe máximo General Anupong Paochinda, declararam ter havido militares envolvidos dos dois lados em combates letais e sangrentos. Agora tal não é verdade e o próprio atentado contra Seh Daeng é disso um perfeito exemplo.

Na altura em que o General estava a dar uma entrevista foi abatido a sangue frio com uma bala certeira na cabeça num trabalho de verdadeiros profissionais. Várias agências noticiosas estrangeiras afirmam ter o tiro que o terá vitimado sido disparado por militares, embora o CRES diga que tal foi trabalho de uma "terceira mão".

Pergunta-se quem, mais do que ninguém, gostaria de ver o General-terrorista fora de cena?

É sabido que os manifestantes, que são milhares, não vão sair de onde se encontram sem uma vitória. A política do governo de fechar os olhos e os ouvidos e avançar para o abismo só pode conduzir ao que está a acontecer, ou seja mais mortes diárias e o constante e crescente perigo de que percam de todo o pouco descernimento que aindam possam ter e avancem para qualquer coisa de "espectacular" e façam ir pelos ares uma parte de Bangkok.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sexta 14 de Maio






O dia foi, até agora, pródigo em incidentes e confrontos entre os militares e os "combatentes" vermelhos e há explosões e som de tiros continuamente.

A zona interdita foi alargada no que respeita a Rama IV (agora vai de Sam Yarn até Klong Toey) mas mesmo assim houve violentos combates dentro de todo o seu perímetero dos quais resultou, segundo informação do CRES, mais um morto a acrescentar ao de ontem. Não há referência ao número de feridos mas é sabido que um reporter estrangeiro foi atingido durante esses confrontos. A France 24 acaba de mostrar o incidente e um colega do reporter ferido dise que foi atingido numa perna por uma bala de uma M16, arma usada pelo exército tailandês.

A Al Jazeera fala em três mortos e relata uma grande explosão que terá acontecido há minutos na zona.

As televisões tailandesas de sinal aberto pouco mais informam excepção feita para os comunicados do CRES. Contudo pode ver-se numa que estão em Rajaprasong muitos milhares de pessoas.

Agora existem fatalidades diárias e ainda não está nesse número o General Katthya embora os rumores que correm é que já faleceu embora o hospital desminta talvez com medo de represálias.

Falando em hospitais anote-se que foram postos em alerta mais 30 hospitais na zona de Bangkok por ordem do Ministro da Saúde Pública.

Os vermelhos incendiaram parte das barricadas e na zona de Saladaeng encheram os pneus de gasolina deitaram-lhes fogo e fizeram-nos rolar contra os soldados que entretanto disparavam contra eles.

Natthawhut Saikua um dos líderes da UDD falou para anunciar uma total rejeição de qualquer possível proposta do governo exigindo de imediato a retirada das forças, a dissolução do Parlamento, o levantamento do Estado de Emergência e a saída de cena de Abhisit e de Suthep. De igual modo afirmou que esta noite uma grande tragédia irá acontecer e o povo tailandês irá sentir para sempre o efeito dessa tragédia. Não explicou ao que se referia mas pelo menos obteve para já que o CRES anunciou que esta noite as tropas não irão atacar o acampamento de Rajaprasong.

Abhisit mesmo que saia "vencedor" desta contenda, o que duvido pois continuo a acreditar que vai acabar por ser banido da política pelo sistema judicial no máximo dentro de um mês, tem a sua carreira política totalmente comprometida pois nunca mais conseguirá ser o Primeiro-ministro de "todos os tailandeses" e, como já de algum modo agora acontece, não terá a possibilidade de pôr o pé fora de Bangkok. Recorde-se que Abhisit vive há dois meses no Regimento de Infantaria 11 e a sua família encontra-se escondida em parte incerta.

O facto de ter deixado esta crise arrastar-se até ao ponto caótico onde chegou só lhe trouxe inimizades mesmo dentro do seu Partido sendo o caso mais importante o de Chuan Leekpai.

Ainda me lembro de sempre pensar, e tal ter aqui escrito, ser Abhisit o único político capaz de, neste momento, encontrar uma terceira via fora do contexto em que vem vivendo, há muitos anos, a política tailandesa. Capital que desperdiçou.

Aquilo que se pode considerar o centro de Bangkok é agora uma zona interdita uma zona onde existem combates, por vezes violentos, incêndios e onde o que reina não é a lei, não é a ordem mas o caos na sua expressão mais elevada.


Seh Daeng

O renegado General continua em estado crítico num hospital da capital fortemente guardado por blindados e centenas de soldados como se o seu corpo metesse medo.

Seh Daeng na entrevista que estava a dar no momento em que foi atingido por uma bala na cabeça dizia que não tinha medo de morrer e que os snipers nunca o apanhariam. Enganou-se.

O ataque de que foi alvo é um ataque cobarde já que se tratou de uma tentativa vil de matar uma pessoa num momento em que esta não estava a ameaçar ninguém. Pelo que agora melhor se sabe estava a ser entrevistado por vários jornalistas estrangeiros e o seu grande pecado naquele momento foi uma das suas permanentes fraquezas. A vaidade.

Seh Daeng é o símbolo típico do militar que nada teme e que adora mostrar isso e falar para a comunicação social sobre a sua grande capacidade de, no fim criar problemas.

O General começou a ficar famoso quando em 2005 houve uma bomba que foi colocada perto da casa de Thaksin Shinawatra e que explodiu pouco depois de o ex PM por ali ter passado. Thaksin acusou Khattya de ser o autor desse atentado ao que o General muito prontamente respondeu que não tinha sido ele pois se o fosse Thaksin não estaria vivo para falar.

Muito recentemente foi acusado de ter feito rebentar várias granadas no Quartel General do Exército e falou, uma vez mais para a comunicação social, de forma arrogante sobre o assunto desrespeitando o General Anupong, seu superior.

Há dias dizia que ele e o seu grupo era suficiente para dar cabo dos militares tailandeses e que estes não tinham capacidade para desfazer a manifestação vermelha.

O sue blog é uma escola de terrorismo e de afirmações bombásticas sempre acusando tudo e todos. Tem por certo um ideal Guevarista ou semelhante. Veste-se sempre de camuflado mostrando estar sempre preparado para a guerra e da sua boca só saiem incentivos a isso.

Mais recentemente é ele o "engenheiro" das barricadas vermelhas e é ele que treina os guardas em artes marciais e eventualmente no uso de explosivos. Como se sabe não é difícil obter material bélico pois ele é vendido ao desbarato depois de ser desviado dos arsenais militares. Por exemplo no Sul do país as balas vendem-se livremente nos mercados locais sem nenhuma interferência da polícia visto serem eles os principais intermediários. Nos incidentes ao norte da capital em Rangsit há dua semanas quando foi deixado abandonado um saco com 67 granadas veio a provar-se que era pertença de um polícia que as vendia a 1.200 bath cada.

Mas a questão é como é que Seh Daeng não está há anos atrás das grades, porque é que não foi destituído do seu posto de General facto que só aconteceu há cerca de uma semana mas não tenho sequer a certeza de ter sido efctivada a ordem do Ministro Pravit.

O facto de ontem Seh Daeng ter sido atingido, quase que fatalmente, é um dos sinais porque é que existem há três anos a esta parte movimentos de rua cada vez mais violentos e cada vez mais anárquicos.

A total falta de autoridade dos governos e a incapacidade que mostram para fazer cumprir a lei e a ordem e para controlar todos os diferentes grupos de interesses que se movem nos bastidores.

Seh Daeng e muitos outros, amarelos, vermelhos ou o que cor quer que sejam deveriam estar a servir penas de prisão por todos os desacatos que vêm continuamente a praticar ao londo dos anos mas a complacência do sistema a forma como a investigação criminal (não) é feita no país faz com que qualquer criminoso encontre aqui terreno paradisíaco para as suas acções.

Há dias falava com uma pessoa que já não via há uns largos tempos mas que conheço há muitos anos e perguntava-lhe o que fazia agora. Dizia-me que "vendia números e juros". Tive de parar para pensar e acabei por entender que tinha um negócio de lotaria clandestina e emprestava dinheiro a juros altos. Disse-lhe, na minha ingenuidade, que isso era ilegal e obtive a mais espantosa resposta. Não, não é ilegal pois eu pago à polícia!!! Da noção de legalidade ou ilegalidade passa-se para a noção de ser ou não ser preso e isso rsolve-se com uns bath.

É como o caso do Conselheiro do Rei e ex PM, Surayuth que após ter sido obrigado a devolver a terra que ilegalmente ocupara numa reserva natural não foi acusado do acto porque "não fez de propósito".

Quando o sistema de investigação só investiga de acordo com os interesses de alguns e a justiça só julga aquilo que é conveniente e nunca vai contra interesses estabelecidos temos Seh Daengs e outros quejandos á solta a destruir este país actuando com total impunidade.

Já por várias vezes referi os inúmeros casos criminais e de justiça que nunca chegam a ver nenhuma solução porque há alguém importante envolvido e portanto a investigação para.

Uma urgente reforma dos sistemas de educação e de justiça torna-se imperioso se o país quer sobeviver.

Entretanto há vários desenvolvimentos como a demissão de Veera, o líder moderado da UDD, e mais bloqueios de ruas mas isso é tudo "folclore" pois o sério é a incapacidade do estado impôr a lei e a ordem mas isso não é só de agora.

Kasit clamava há dias na reunião que teve com os diplomatas que a Tailândia não era um "Failled State", mas parece!

Actualização

O The Nation chama-lhe "warrior" e a sua filha, Katthya como o pai, e que tem uma admiração interminável pelo seu pai, e o inverso é igualmente verdade, confirma que Seh Deang está em situação critica e diz que logo determinará o que se fará em seguinda. É dificil decifrar essa afirmação mas ela está aberta a todas as especulações.

A CNN, a BBC e quase todas as estações abrem as suas notícias com a informação do ataque sobre Seh Daeng e no YouTube já é possível ver um vídeo da entrevista que este estava a dar momentos antes de ser atingido por um tiro. Um dos reporters diz que, segundo um polícia que estava no Hospital mesmo junto ao local do incidente, o tiro partiu de um prédio alto nas imediações.

Para além de Seh Deang confirmam-se agora 20 vítimas, sendo que 4 estão em estado considerado grave. Todos são manifestantes vermelhos e, segundo o CRES, os manifestantes estavam a destruir as câmaras de vídeo vigilância na zona com pedras e acabaram vítimas de ferimentos causados por balas de borracha disparadas pelos militares que se encontravam a cerca de 30 metros! Borracha de grande dureza, por certo.

Outros relatos falam já de um morto que não do General vermelho.

Foi entretanto confirmada a declaração do Estado de Emergência em mais 15 províncias todas elas situadas no Norte e Nordeste do país como referi anteriormente.

O governo teme a explosão de incidentes por todas as zonas do país que são consideradas bastiões vermelhos.

Um dos jornais, pró-governamentais, tem um trabalho feito junto de residentes da zona afectada e obteve uma unanime condenação do acto mandado executar pelo governo que, segundo os inquiridos, mais do que o acampamento dos vermelhos, está a perturbar o dia a dia desses cidadãos. O que diria um jornal que fosse apelidado de vermelho?

A noite ainda vai alta e o próximo dia nda de bom promete.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Bloqueio - Última Hora

Está em acção o bloqueio aos vermelhos decretado pelo governo de Abhisit Vejjajiva incluindo de igual modo o corte de energia e do abastecimento de água.

Um total de 52 tanques e outros equipamentos pesados estão a ser colocados de forma a impedir qualquer acesso á zona já anteriormente referida.

O fim da tarde e a saída dos escritórios mais cedo para evitar as 6 da tarde criaram o caos total no já de si confuso trânsito na capital.

Sei de pessoas que para percorrer uma escassa centena de metros demoraram 2 horas. A zona interdita foi alargada para oeste e para norte com cortes até Phyathai e Makkasan.

Entretanto há relatos, que não posso confirmar pessoalmente, mas que estão a ser transmitidos pela Televisão e pelos jornais de que terá havido uma trocas de tiros na zona de Saladaeng o que provocou o ferimento do Major General Khatthya aka Seh Daeng, o radical militar que há muitos anos deveria estar detrás das grades mas continua a desafiar tudo e todos com a sua arrogante forma de operar e falar. A televisão confirma agora que Seh Daeng foi atingido por uma bala na cabeça e está a ser operado mas o seu estado é crítico. O que não se consegue confirmar é se na realidade houve essa troca de tiros ou se foi trabalho de um sniper. Os jornais dizem que Seh Daeng estava a dar uma entrevista a um jornalista japonês quando foi atingido por uma bala na têmpera direita. Há também relatos de vários explosivos terem sido atiradas contra os vermelhos e que há um número indefenido de vítimas, mas tudo é ainda incerto. O queé claro é que o renegado General foi atingido e está em estado crítico.

O caso pode acabar por ser um tiro no pé do governo já que o Coronel Sansern disse pela tarde de que na operação seriam utilizados snipers, para "proteger os manifestantes e as forças armadas dos terroristas".

Entretanto confirmou-se a minha especulação anterior e duas das três operadoras móveis já anunciaram a sua colaboração com o governo de modo a bloquear as comunicações na zona. São elas a AIS (curiosamente detida por Thanskin até Janeiro de 2006) e a DTAC.

O BTS parou todos os serviços e a situação está extremamente instável e impervisível com a movimentação dos militares.

Entretanto prepara-se a aplicação da Lei de Emergência a mais 15 províncias, fundamentalmente nas zonas do país onde a UDD tem mais apoio. Não devemos esquecer que a Lei marcial está em vigor nas três províncias do extremo Sul da Tailândia e em parte da província de Sogkla.

Em simultâneo nota-se que um conjunto de sítios de web, de jornais estrangeiros e de outras agências de informação ou está inacessível por excesso de consulta ou o sinal está a ser interceptado ou foi cortado simplesmente.

Sitiados

A partir das 6 da tarde, hora de Bangkok, meio-dia em Lisboa, forças militares apetrechadas de blindados irão selar por completo o acampamento da UDD não permitindo qualquer circulação de pessoas e veículos na zona.

Todos os escritórios deverão encerrar antes dessa hora e não se sabe se poderão voltar a operar com eficácia. Os residentes na área terão de se identificar de modo a poderem aceder a suas casas.

O plano que ontem era de privar os manifestantes de água, electricidade e comunicações e impedir os seus movimentos, alterou-se visto o CRES não ter conseguido ter uma resposta técnica para o objectivo de cortar os abastecimentos sem que isso também afectasse a restante população residente e profissional na zona.

Assim aqueles abastecimentos continuarão, com possíveis cortes ou jaming das comunicações (especulação minha), mas os outros residentes ou trabalhadores na zona serão menos atingidos.

Os escritórios e as 17 Embaixadas na zona ficarão profundamente afectados no seu funcionamento mas em teoria poderão encarar um certo tipo e serviços mínimos embora os funcionários tenham de se deslocar para os locais a pé. Nem motos são autorizadas.

O BTS, metro de superficie, fechará todas as estações que passam na zona afectada. Siam, Chidlom, Ploenchit e Rajadamri.

A circulação será fechada desde Pechaburi até Rama IV e de Witthayu até Henri Dunant formando como que um quadrado, marcado com os pontos vermelhos no mapa, acima, que o The Nation hoje publica.

Entretanto a Universidade da Câmara de Comércio Tailandesa calculou os prejuízos causados pela ocupação da principal zona comercial da capital, que leva 1 mês e 1 dia, em 70 mil milhões de bath, o que já bate o custo sofrido pelo país devido à ocupação dos aeroportos pelo PAD em finais de 2008, 61 mil milhões, embora essa tivesse durando somente 7 dias.

Depois de tantas ameaças e tantos planos vamos ver se este se efctiva e quais serão as suas consequências. Abhisit está sobre grande pressão devidas às constantes ameaças e ultimatos feitos sem que isso tivesse produzido algum efeito como refere a antiga presidente da Associação dos Jornalistas Tailandeses, Nattaya Chetchotiros, hoje no Bangkok Post.

Entretanto uma ameaça veio já da província. A secção da UDD de Khon Kaen anunciou que se o governo imlemtar as medidas anunciadas irão eles próprios avançar contra o governo, presume-se que a estrutura regional.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Outra Guerra


Enquanto vem sendo reforçado o bloqueio ao acampamento vermelho com o posicionamento de variados postos de controlo por militares e pela polícia em volta da zona de Rajaprasong-Saladaeng o Ministro Kasit avança com outra guerra.

O plano para o bloqueio já há dias que podia ser visto em preparação quando camiões do exército despejaram grande quantidade de sacos de areia para formar guaridas, nas zonas circundantes ao parque Lumpini.

Ontem para encher essas guaridas vieram os soldados.

Falta agora o corte de energia, telefones e água como prometido, mas já adiado segundo uma nota que o CRES acabou de emitir. O governo anuncia também que o "road map" para a reconciliação já não incluirá as eleições a 14 de Novembro, numa abrupta mudança de direcção.

Entetanto existe, como digo acima, uma outra guerra que está em curso e que poderá trazer consequências desagradáveis para a Tailândia. Refiro-me à guerra que o Ministro Kasit vem alimentando com o corpo diplomático.

Tudo começou, ou melhor agudizou-se, quando um largo número de diplomatas visitaram a sede do partido da oposição Phue Thai e depois alguns foram até ao acampamento vermelho onde tiveram discussões com os líderes vermelhos. O Ministro Kasit, irritadíssimo, chamou o decano do corpo diplomático e fez afirmações de grande gravidade como por exemplo afirmou que havia diplomatas que difamavam a monarquia, a sempe e eterna cobertura para qualquer acção. Mais tarde acabou por emitir uma nota a tentar suavizar o que entretanto já tinha saído para os jornais mas não se coibiu de, em Jakarta, quando aí foi para impedir uma iniciativa da vários países da ASEAN, com a Indonésia á cabeça, para convocarem uma cimeira de urgência para debater a "questão tailandesa", de voltar a atacar a comunidade internacional.

O episódio seguinte foi o incidente protagonizado com o Embaixador americano depois do encontro de Campbell com opositores do governo.

Numa nova conferência com os diplomatas, tal como a 11 de Abril no complexo do governo em Cheng Wattana, altura em que o porta-voz do governo Dr Panittan, acusou "alguns países na sala" de proteger Thaksin, o Ministro Kasit acabou o briefing de mau humor e recusou responder a uma pergunta de um Embaixador que lhe disse que os países tinham o direito de se informar, junto de todas as partes, e não ecoar só os comunicados do governo sob pena de prestarem um mau serviço às suas capitais.

Hoje mesmo o Governador de Bangkok, membro da família real e secretário adjunto do partido Democrata, M R Sukhumbhand Paribatra, afirmou num almoço que "o Ministro dos Negócios Estrangeiros deveria cessar a sua campanha contra os diplomatas acreditados na capital" (sic). Recorde-se que o Governador tem sido uma das figuras centrais nas negociações que tem havido entre o governo e os seus opositores.

O CRES entretanto entrou nesta guerra e enviou na noite passada um sms para as pessoas que estão registadas nas células dos operadores na áera de Rajaprasong dizendo que os diplomatas da capital apelavam a que os manifestantes terminassem o bloqueio na capital.

Tal mensagem é abusiva visto todos os países que emitiram comunicados sobre a situação apelavam, a ambas as partes, repito ambas, para entrarem em diálogo e não usarem a violência como forma de dirimir diferenças. Essa tem sido a linha constante da comunidade internacional e deturpá-la e abusar disso é uma grave violação dos direitos internacionais regidos pela Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.


Actualização da nota anterior

Acabo de vir do Ministério dos Negócios Estrangeiros e fomos informados pelo Ministro Kasit sobre os planos aprovados pelo governo na sua reunião de ontem.

O principal facto, já mencionado, é a decisão do governo de "selar" a zona de Rajaprasong, cortando água, electricidade e bloqueando todos os acessos.

Contrariamente ao previamente anunciado tal medida poderá não entrar em vigor á meia-noite de hoje visto estar neste momento a decorrer uma reunião tendente a afinar o plano já que o que foi comunicado no Ministério envolveria o corte numa zona extremamente alargada afectando para além de 17 Embaixadas milhares de escritórios.

O Ministro, presume-se que em tom de brincadeira disse aos diplomatas presentes, talvez uma centena, que os aconselhava a realojar os serviços das suas missões e que pessoalmente os aconselhava a ir para Pattaya. Não sei se também em tom de brincadeira mas referiu que esta medida seria "the final act".

A sessão acabou com uma troca muito amarga de palavras entre um dos Embaixadores presentes e o Ministro que se recusou, explicitamente, a responder a uma pergunta que lhe foi feita. Um mau exercício da diplomacia.

Espera-se assim por essa cena final nesta trágico-comédia que dura há exactamente dois meses.

Acções e Palavras

Hoje o CRES anunciou que seriam cortadas, electricidade e água, aos sitiados em Rajaprasong ao mesmo tempo que seriam reforçados os controlos de modo a que reabastecimentos não possam ser levados para o acampamento.

Mais um ultimato da parte de Abhisit, como o que emitiu no Domingo dando 24 horas para que dispersassem, que por certo não irá ter grande sucesso.

Primeiro estou curioso em saber como será possível cortar água e electricidade sem prejudicar todos os outros residentes e negócios (os pequenos negócios continuam abertos e florescentes como há dias referia uma reportagem). Além disso é sabido que a UDD dispõe de geradores e de grandes reservas de água. Basta ver os descomunais tanques que têm dentro do acampamento.

O ultimato foi feito anunciando que seria efectivo a partir da meia-noite próxima o que por outro lado dá tempo para que abastecimentos cheguem ao local durante o dia.

Entretanto a UDD continua a dizer que "levantará âncora" no momento em que Suthep se apresente perante a polícia, para ser acusado de ordenar o ataque sobre civis no passado dia 10 de Abril, e não como o fez ontem num orgão de investigação sob seu comando.

Mais do que palavras, anúncios, ultimatos o que se requer é acção.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bento XVI em Portugal




Há pouco mais de uma hora o Papa Bento XVI chegou a Lisboa para uma visita apostólica, de 4 dias, a Portugal.

Entre outros factos relevantes da sua visita Bento XVI celebrará missa em Fátima no dia 13, uma celebração à Virgem no mês de Maria a Mãe Bendita.

Retoques no campo Político

Já várias vezes falei da imprevisibilidade da política tailandesa e ainda ontem escrevi sobre a estranha coincidência de interesses que neste momento se formou entre Abhisit e a UDD.

Hoje, Thanong o editor chefe do jornal The Nation conhecido por ser ferozmente anti-thaksinista, escreve no seu blog, parte dos The Nation blogs, uma coisa que para muitos poderá parecer impensável.

Exactamente acerca dessa aliança de contrários a que fiz referencia ontem.

Thanong avança que existe uma clara aproximação entre Abhisit e o Phue Thai partido que de alguma forma encarna o ideário do antigo PM Thaksin Shinawatra.

Fala também do incómodo que está a sentir Nevin Chidchob, que sente que os "seus" 33 deputados são sempre essenciais em qualquer acordo político e que este terá dito que sem ele não há "road map", numa referência ao facto de Abhisit não o ter consultado para avançar com o plano de reconciliação, agora apelidado por muitos não de road map mas de Red Map.


Nevin e o seu pai Chai, o Presidente do Parlamento viraram rapidamente a sua atenção para se tornarem ainda mais devotos á defesa da monarquia, um facto que sempre consegue ter eco e ficar bem junto de certos sectores da sociedade. Nevin, o antigo braço direito e esquerdo de Thaksin, que tem como único propósito na carreira política o enriquecimento e o controlo do número suficiente de votos que lhe permita estar sempre em cena, com a ajuda quer do seu pai quer do Ministro do Interior Chaowarat, montaram uma máquina de controlo das próximas eleições de modo que aquele objectivo continue a ser uma realidade.

Por outro lado viraram o seu discurso somente para a "defesa da monarquia". Desde Outubro do ano passado que Nevin as únicas vezes que fala, e que são poucas, é só para louvar a monarquia ou para mostrar o seu desagrado contra algum facto que no entender dele(s) pode merecer a atenção da comunicação social como uma ofensa á monarquia. De política nunca fala, aquele que é um dos principais actores da cena política tailandesa.

Agora dedicam-se a não entenderem como existem "tantos sítios de internet contra a monarquia" e que irão devotar o seu tempo e energia a lutar contra esta causa.


Entretanto correm rumores também de que o Bhum Jai Thai Party, o seu partido pode acabar e dar lugar a um outro partido mais amplo que fosse liderado por Pravit, o actual Ministro da Defesa partido esse que teria por objectivo atingir o poder com Pravit PM e Anupong Ministro da Defesa. Deste modo Nevin continuaria na sombra, não só porque é o lugar que gosta mas também porque tem os direitos políticos cerceados até meados de 2012, trabalhando para a angariação de fundos para o partido e na sua posição de controleiro.

Também o PNP (o braço político do PAD) volta a atacar o governo por entender que o que se passa actualmente é uma telenovela onde o escritor do guião anda á procura de como escrever o final feliz pois tudo tem de acabar bem para todos. Condena violentamente o "namoro" entre os dois campos e volta a apelar à intervenção contra os vermelhos.

Hoje o Vice PM Suthep apresentou-se na polícia para ouvir a acusação, devido a uma queixa das famílias das vítimas do 10 de Abril, de que é responsável pela morte de inocentes. Antes a UDD tinha dito que se Suthep se rendesse e que se o mesmo tratamento fosse garantido aos seus líderes, acabavam com a manifestação, mas agora dizem que querem que Suthep se apresente na Divisão de Supressão de Actividades Criminais e não no Departamento de Investigação Especiais onde foi! O mesmo pedido foi feito pela UDD em relação a Abhisit mas este tem de requerer o levantamento da imunidade parlamentar. Suthep no ano passado demitiu-se de Deputado depois de uma investigação ter concluído que ele violara o regulamento sobre a detenção de acções em empresas estatais por membros do parlamento.

Noutras notas soltas, o MNE Kasit chamou ao Ministério o Embaixador dos Estados Unidos para apresentar queixa por "interferência nos assuntos internos" do país por um alto funcionário americano, Kust Campbell, como ontem referi, se ter reunido com a oposição ao governo. É a segunda vez em pouco mais de duas semanas que Kasit tem um "desacordo" com os diplomatas acreditados em Bangkok. Kasit está por certo esquecido que a 12 de Abril, na Universidade John Hopkins, em plenos EEUU, comparou Thaksin a Hitler e acusou três países de o acolher: a Rússia, a Suécia e os Emiratos Árabes Unidos. Dois entendimentos do que é ingerência.A Tailândia tem nos EEUU um dos sue mais antigos aliados (177 anos) e o gesto por certo terá consequências em Washington.

Os nomes dos negociadores por ambas as partes andam já nas bocas de muitos e, a serem verdade, mostram que as negociações estão a ser muito mais feitas entre Thaksin e Abhisit do que entre a UDD e os Democratas.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Abhisit e a UDD


Costuma-se dizer que em política não há nem amigos nem inimigos. Apenas adversários e apoiantes já que o futuro é pródigo em alterações ao repensar de posições.

Basta lembrar o apoio dos americanos aos talibãs do Afeganistão na guerra deles contra os soviéticos, como um dos melhores exemplos disso.

A Tailândia é também pródiga em exemplos de partidos e indivíduos a mudarem de posicionamento e encontrarem acolhimento em campos opostos. Os actuais colegas da coligação no governo estavam todos com o partido de Thaksin antes de saltarem a barreira. Veera, o principal líder da UDD foi um proeminente membro do partido Democrata de abhisit actualmente no governo. Sondhi L., o mais mediático líder do PAD era uma dos principais sócios de negócios de Thaksin, etc, etc.

Neste momento em que as duas principais partes em conflito continuam a gerir uma guerra mediática enquanto negoceiam nos bastidores o conceito acima referido pode muito bem ser aplicado.

Quer Abhisit quer a UDD, pelo menos a liderança moderada e por certo a grossa maioria dos manifestantes, querem uma saída para esta crise, mas uma saída que lhes permita alguns ganhos políticos.

A UDD quer sair de Rajaprasong em caravana vitoriosa e de forma organizada sem que ninguém fique isolado e sujeito a ser preso ao mesmo tempo que todas as armas que eventualmente possuam (há ainda um considerável número de armas apreendidas durante o 10 de Abril que não foram devolvidas), saia sem terem de passar por controlos da polícia ou militares. Os seus líderes não querem ser presos a uma qualquer "porta" da manifestação mas querem sim apresentar-se no dia 15, como já anunciaram, na esquadra para iniciarem os procedimentos de defesa. Por outro lado não podem chegar ao palco e dizerem ás pessoas. Ganhámos e agora vão todos para casa: isso terá de ser feito com alguma pompa e com hinos de vitória que acompanhem o movimento de saída.

Do lado do governo Abhisit também luta pela sua sobrevivência e sabe que tem de lutar só. Os militares não cumprem as suas ordens e de igual modo actuará a polícia mesmo com o protegido de Abhisit á cabeça. Por outro lado a comunidade empresarial está cansada e farta daquilo que consideram as indecisões do PM. O ultimato ontem emitida pelo PM dando 24 horas para que a UDD abandone Rajaprasong, já foi hoje suavizado pelo seu Ministro da Presidência que exigia ao movimento uma "rápida resposta".


Os movimentos que o apoiam estão cada vez mais contra ele e agora até os "multi-cor", que ontem anunciavam que 50% dos seus apoiantes eram apoiantes dos amarelos, como se isso fosse uma novidade, pedem a Abhisit que avance contra os sitiados.

Os Estados Unidos, numa acção sem precedentes, sentaram à mesa do Adjunto de Hillary Clinton, Kurt Campbell, líderes da UDD e seus apoiantes próximos de Thaksin numa sessão de "esclarecimento" que era pressuposto também contar com pessoas do lado dos Democratas e do governo que declinaram o convite.

Outro elemento de pressão sobre Abhisit veio hoje da Comissão Nacional de Eleições ao enviar para o Tribunal Constitucional mais um caso solicitando a dissolução do Partido Democrata.

São neste momento já dois os casos de irregularidades eleitorais cometidas pelo partido, que no tribunal aguardam julgamento, no mesmo dia em que os advogados do partido solicitaram mais 30 para responder ao primeiro, cujo prazo termina dia 12.

Mais do que nunca neste momento os melhores aliados mútuos são a UDD e Abhisit. Cada um pode ajudar o outro a sobreviver ou, caso contrário, serão os dois levados numa qualquer enxurrada que estará a ser preparada.

Por alguma razão Chuan Leekpai com discrição, mas não sem emitir a sua opinião contra o plano do PM, distanciou-se.

domingo, 9 de maio de 2010

Domingo


O Domingo nasceu soalheiro depois de uma chuva para limpar a poeira do ar.

Aos domingos o The Nation traz sempre um conjunto de citações ditas durante a semana pelos actores mais evidentes no país e como seria de prever todas elas se referem à presente situação e ao road map de Abhisit para a reconciliação.

Há duas que sobressaem. A do antigo Primeiro Ministro Chuan Leekpai, consultor sénior do partido Democrata, considerado, como já referi, o pai político de Abhisit que se declarou contrário á dissolução do Parlamento como o PM avançou no seu plano.

Chuan para além de ser uma figura de prestígio consegue ser escutada em muitos foruns pois, ganhou a confiança dos tailandeses durante a sua governação. Para além disso é uma voz sempre sensata e nunca se ouve o velho, 73 anos, político levantar a voz ou falar de forma rude.

A sua declaração e ausência marcante nas celebrações dos 60 anos da coroação do Rei Rama IX na passada Quarta-feira, são um golpe para o PM que vai tentando navegar nestas águas muito conturbadas de forma a conseguir equilibrar o barco a meter água por muitos porões.

Outra declaração de realce é a do secretário-geral do PAD e do Partido da Nova Política, o braço político do movimento amarelo, Suryasai, que depois de o seu partido se ter manifestado contra o plano do PM e de ter requerido que os militares avançassem para a declaração da Lei Marcial e desalojamento dos vermelhos a qualquer custo, vem agora nada mais nada menos do que pedir a demissão de Abhisit e a sua substituição por outra personalidade embora não avancem com nenhum nome.

No momento em que Abhisit tinha conseguido o acordo minimo com os vermelhos, quer através das declarações proferidas quer através das negociações que continuam a existir nos bastidores, mas por todos conhecidas e por ninguém negadas, elementos do seu campo mais próximo tornam-se nos seus inimigos de momento e a requererem a sua atenção num momento em que o PM gostaria de estar concentrado a 100% no diálogo construtivo com a UDD.

Para além disso os incidentes de Sexta-feira levados a cabo por gente não interessada num processo de paz, sendo fácil de ver quem são embora não mostrem a cara, ainda mais complicam a já tão difícil vida do jovem PM. Só os que não sabem ver é que atribuem, com a costumada ligeireza das suas análises, as culpas para os grupos que estão combatendo na boca de cena.

Acresce a extrema dificuldade que Abhisit continua a ter no diálogo com as várias facções dentro dos militares e da polícia.

Entretanto a UDD reforçou as suas hostes com a chegada de, segundo os vários periódicos, mais de 5.000 simpatizantes vindos da província.