sábado, 6 de setembro de 2008

Ók payi


O grande slogan do PAD é Rataban ók payi ou seja Governo vá embora ou, em inglês que é sempre uma língua, mais fácil " Get Out".

Desde há longos dias que quando sobem ao palco dos acontecimentos, naquilo que outrora era a Government House e agora nada mais é do que "a sede" do PAD, um acampamento, que bem podem ver aqui, na visita que Mestre Miguel Castelo Branco lá fez ontem, dizia, quando sobem ao palco, os lideres gritam, para animar as hostes: Rataban Ók Payi.

Mas Ratabam mai payi, ou seja não vai. Samak, que entretanto já deixou de "andar com a casa ás costas" e se mudou para o Comando Supremo das Forças Armadas, sempre se está mais resguardado, continua a fazer a sua vida como nada se passasse.

Sendo um pouco sarcástico poderia dizer que estamos como que num parque de diversões e, com o turismo em queda, a Tourism Authority of Thailand deveria rapidamente incluir nos seus folhetos, a publicitar a Amazing Thailand, uma visita ao novo "zoo" que se tornou esta cidade.

A última das atracções foi que hoje um conjunto de agricultores do Norte decidiram criar nos jardins da Government House um arrozal!!!!.

Garanto-vos que não estou a ficar tão louco como alguns que populam Bangkok.

Instalados, e confortavelmente, cada uma das partes, ninguém Ók Payi e parece que se vai eternizar este stand off na sociedade e na política na Tailândia.

Nenhuma das partes parece disposta a mudar um milímetro na estratégia e muito difícil vai ser a mediação do Presidente do Senado. Parece que as partes preferem assim de modo a que ninguém "perca a face" uma preocupação muito asiática.

Estamos numa situação em que ambas a s partes perdem, pois a paciência das pessoas está esgotadas. De algum modo os tailandeses também se começam a alhear da situação entendendo cada mais que isto não é um problema deles mas de um conjunto de teimosos e obstinados que só entendem os seus interesses pessoais. Assim se vão afastando, como um pouco pelo Mundo, as pessoas da participação nos actos políticos que só a eles devem dizer respeito.

Samak diz que resignar é dar um apoio a práticas anti democráticas.

O PAD diz que Samak e o seu Governo nada mais são do que fantoches de um regime corrupto e que, com a mais que provável dissolução do PPP a curto prazo, por práticas ilegais nas eleições, perderam a legitimidade que estas lhe terão dado.

Ambos os argumentos são consideráveis e válidos só que em política só se vence quando não se esmaga a outra parte. O Mundo está feito com contrastes, com diferenças e a grande arte dos Homens com H grande da nossa história sempre foi a de conseguir acomodar essas diferenças num bem comum e em objectivos partilhados.

Aqueles que se impuseram pela sua teimosia ou pela força das armas que não da razão, só ficaram nas páginas negras da história, naquelas que ninguém consegue ler.

Seria bom que Samak, Sondhi, Chamlong e amigos quisessem ficar na história como pessoas que contribuíram para o futuro do seu Povo e para o desenvolvimento do seu país.

Aprece-me que não vai ser esse o caso. Vão acabar por sair, todos, pela porta muito pequena da história se tiverem a ventura de encontrar uma.

Mai Ók não é aquilo que os tailandeses querem ouvir.

Payi duay seria melhor.

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